Uma análise feita pelos técnicos do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espacias), indica que as chances de um raio ter sido a causa do apagão são mínimas. O blecaute, ocorrido entre a noite de ontem e a madrugada desta quarta-feira, atingiu 18 Estados.
"Embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itabera, no sul de São Paulo, com atividade de descargas no horário do apagão, as descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a cerca de 30 km da subestação de Itabera e a cerca de 10 km de uma das quatros linhas de Furnas de 750 kV [kilovolts] e cerca de 2 km de uma das outra linhas de 600 kV, que saem de Itaipu em direção a São Paulo", informa a nota do Inpe.
"Além disso, a baixa intensidade da descarga registrada [menor que 20 kA] não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela, como também confirma a Rede Brasileira de Detecção de Descargas, que estava no momento do apagão operando com ótimo desempenho".
O comunicado aponta que, "em geral, apenas descargas com intensidade superiores a 100 kA, atingindo diretamente uma linha, podem causar um desligamento de linhas de transmissão operando com tensões tão elevadas como as linhas de Itaipu [duas de 600 kV e duas de 750 kV]. O blecaute foi justificado pelo governo federal a partir do desligamento de três linhas, ocorrido por conta de condições meteorológicas adversas na região de Itaberá (SP).
No Paraná, o Simepar, responsável pelo monitoramento do clima no Estado, informou que houve instabilidade em Foz do Iguaçu já no começo do dia. À tarde, a chuva se espalhou por todo o Estado, com muitas descargas elétricas e rajadas de vento.
"Em muitos locais, as estações não registraram nada. Detectamos por intermédio de radares de descargas atmosféricas", afirmou o meteorologista Cezar Duquia.
"Quando se diz que a linha caiu, não significa que ela tenha sido 'tombada' no sentido físico. Na grande maioria das vezes, essa linha foi desconectada", explica o engenheiro eletricista da Unifesp, Laurence Duarte Colvara. "Ou seja, três linhas foram desconectadas. Há hipótese de descargas atmosféricas no desligamento de linhas", opina.
Colvara descarta um ataque virtual perpetrado por piratas, e tampouco acredita em sobrecarga do sistema --exceto aquela "por efeito dominó". "Um equipamento é desconectado, sobrecarrega outro, e outro, em um desligamento sucessivo", explica.
"Isso deixa uma mensagem bem clara de que essas coisas podem acontecer, mas se deve ter uma visão clara do panorama [que causou o apagão]", observa ele.
Para o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC, Aparecido Nicolett, a condição climática registrada não tem capacidade de derrubar uma linha. "É como colocar a mão para fora do carro na estrada, a essa velocidade; não acontece nada", exemplifica. "Mas o que pode ter acontecido é a ruptura de um cabo por um raio que atingiu a torre ou galhos que caíram."
Nicolett ressalta que é preciso ter mais informações a respeito."
"Além disso, a baixa intensidade da descarga registrada [menor que 20 kA] não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela, como também confirma a Rede Brasileira de Detecção de Descargas, que estava no momento do apagão operando com ótimo desempenho".
O comunicado aponta que, "em geral, apenas descargas com intensidade superiores a 100 kA, atingindo diretamente uma linha, podem causar um desligamento de linhas de transmissão operando com tensões tão elevadas como as linhas de Itaipu [duas de 600 kV e duas de 750 kV]. O blecaute foi justificado pelo governo federal a partir do desligamento de três linhas, ocorrido por conta de condições meteorológicas adversas na região de Itaberá (SP).
No Paraná, o Simepar, responsável pelo monitoramento do clima no Estado, informou que houve instabilidade em Foz do Iguaçu já no começo do dia. À tarde, a chuva se espalhou por todo o Estado, com muitas descargas elétricas e rajadas de vento.
"Em muitos locais, as estações não registraram nada. Detectamos por intermédio de radares de descargas atmosféricas", afirmou o meteorologista Cezar Duquia.
"Quando se diz que a linha caiu, não significa que ela tenha sido 'tombada' no sentido físico. Na grande maioria das vezes, essa linha foi desconectada", explica o engenheiro eletricista da Unifesp, Laurence Duarte Colvara. "Ou seja, três linhas foram desconectadas. Há hipótese de descargas atmosféricas no desligamento de linhas", opina.
Colvara descarta um ataque virtual perpetrado por piratas, e tampouco acredita em sobrecarga do sistema --exceto aquela "por efeito dominó". "Um equipamento é desconectado, sobrecarrega outro, e outro, em um desligamento sucessivo", explica.
"Isso deixa uma mensagem bem clara de que essas coisas podem acontecer, mas se deve ter uma visão clara do panorama [que causou o apagão]", observa ele.
Para o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC, Aparecido Nicolett, a condição climática registrada não tem capacidade de derrubar uma linha. "É como colocar a mão para fora do carro na estrada, a essa velocidade; não acontece nada", exemplifica. "Mas o que pode ter acontecido é a ruptura de um cabo por um raio que atingiu a torre ou galhos que caíram."
Nicolett ressalta que é preciso ter mais informações a respeito."
Com intuito de ilustrar a situação, o professor explica que qualquer tipo de construção --de ponte a torres, passando por cabeamento energético-- é suscetível à velocidade do vento, e balançam.
"Em relação aos cabos, a mesma coisa: eles não são rígidos, e balançam, até porque têm que balançar. Não sabemos o tempo de manutenção. É possível que eles tenham se balançado e rompido, assim como é possível que alguma coisa tenha caído em cima", observa.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, descartou danos físicos a equipamentos, contudo.
Nicolett também descarta a invasão do sistema por piratas virtuais ou sabotagem. "Se quisesse invadir um país, a primeira coisa que eu faço é derrubar a rede elétrica. Não precisa nem de bomba. Leva horas para o sistema voltar."
"O apagão demonstra que o sistema é muito frágil: ao menos três grandes Estados e mais outro país ficaram sem luz, sem hospitais, sem policiamento e até sem água. Precisamos de sistemas alternativos, como pequenas usinas nucleares, térmicas. Precisamos de investimento em pequenas usinas de energia alternativas e interligadas, que ligassem as chaves caso Itaipu caísse."
"Em relação aos cabos, a mesma coisa: eles não são rígidos, e balançam, até porque têm que balançar. Não sabemos o tempo de manutenção. É possível que eles tenham se balançado e rompido, assim como é possível que alguma coisa tenha caído em cima", observa.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, descartou danos físicos a equipamentos, contudo.
Nicolett também descarta a invasão do sistema por piratas virtuais ou sabotagem. "Se quisesse invadir um país, a primeira coisa que eu faço é derrubar a rede elétrica. Não precisa nem de bomba. Leva horas para o sistema voltar."
"O apagão demonstra que o sistema é muito frágil: ao menos três grandes Estados e mais outro país ficaram sem luz, sem hospitais, sem policiamento e até sem água. Precisamos de sistemas alternativos, como pequenas usinas nucleares, térmicas. Precisamos de investimento em pequenas usinas de energia alternativas e interligadas, que ligassem as chaves caso Itaipu caísse."
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