“Ricardo Leyser é um senhor executivo”, acha o prefeito Eduardo Paes. O ministro Orlando Silva concorda. Depois de promover a secretário de Alto Rendimento o camarada que conheceu em reuniões do PCdoB, Silva transformou-o em Secretário Executivo do Comitê de Gestão das Ações Governamentais nos Jogos Pan-Americanos de 2007, o palavroso codinome do tesoureiro-chefe. O ministro gostou do desempenho do afilhado, informou a escolha de Leyser para representar o governo federal no comitê organizador dos Jogos do Rio. Muito justo, endossou Eduardo Paes: ”Ele coordenou todo o Pan-americano. Fez um belo trabalho”.
Ambos com o olhar deformado pela estética da bandidagem companheira, é compreensível que o ministro da tapioca e o deputado que vendeu a alma para virar prefeito vejam belos trabalhos em performances criminosas. Nesta terça-feira, baseado em provas copiosas e irrefutáveis aglomeradas em dois processos, o Tribunal de Contas da União determinou que Leyser e sua turma devolvam aos cofres públicos os R$ 18,4 milhões que saíram pelo ralo das despesas superfaturadas e dos pagamentos por serviços não prestados.
Um dos processos documenta o sumiço de R$ 16 milhões “na montagem das estruturas provisórias dos Jogos Pan-americanos”. O segundo radiografa o superfaturamento dos serviços de hotelaria e infra-estrutura da Vila Olímpica, produzido por Leyser em parceria com um consórcio liderado pela empresa JZ Engenharia. Só um senhor executivo conseguiria gastar exatos R$ 390.694,34 no item “montagem de cadeiras”, ou R$ 876.262,40 em “instalação de persianas”. O “total corrigido” da gastança somou R$ 2.740.402,54. O TCU quer todo o dinheiro de volta. O prefeito considera precipitada a cobrança.
“O conjunto de escândalos que envolvem o governo é tanto, e a desfaçatez dos principais atores envolvidos neles tão grande, que às vezes parece que a CPI não conseguiu ainda provar muita coisa”, indignou-se numa entrevista concedida em agosto de 2006 o deputado federal Eduardo Paes, do PSDB fluminense. ”Comprovamos o mensalão com cópia de recibo e tudo. Como é que o Lula ainda tem coragem de negar?”. O prefeito eleito pelo PMDB tem coragem de negar que sobram provas contra Ricardo Leyser.
“O TCU apontou algumas irregularidades, que estão sendo investigadas. A gente tem que ter muita calma antes de sair apontando o dedo para as pessoas”, acaba de recomendar o mesmo Eduardo Paes que colocou sob suspeição negócios muito lucrativos do Primeiro-Filho e acusou o presidente da República de fazer de conta que desconhecia a movimentação de bandidos amigos nas salas ao lado. Disposto a tudo para chegar à prefeitura, o ex-deputado pediu perdão por escrito a Marisa Letícia e ajoelhou-se aos pés de Lula. É improvável que volte a ficar de pé, sugere o palavrório sobre Leyser.
“Ele tem de continuar no comitê organizador”, insiste. Entre janeiro e agosto deste ano, no papel de cabo eleitoral do Rio, o prodigioso multiplicador de zeros consumiu R$ 230 mil em diárias de viagens. E daí?, acha Paes, convencido de que “a participação dele é fundamental na construção dos Jogos. A “construção” está orçada em R$ 26 bilhões. Por enquanto.
“Claro que Lula sabe quem é Delúbio Soares”, vivia repetindo o deputado Eduardo Paes. Claro que o prefeito sabe quem é Ricardo Leyser. É um senhor vampiro homiziado num cargo de direção do grande banco de sangue.
Ambos com o olhar deformado pela estética da bandidagem companheira, é compreensível que o ministro da tapioca e o deputado que vendeu a alma para virar prefeito vejam belos trabalhos em performances criminosas. Nesta terça-feira, baseado em provas copiosas e irrefutáveis aglomeradas em dois processos, o Tribunal de Contas da União determinou que Leyser e sua turma devolvam aos cofres públicos os R$ 18,4 milhões que saíram pelo ralo das despesas superfaturadas e dos pagamentos por serviços não prestados.
Um dos processos documenta o sumiço de R$ 16 milhões “na montagem das estruturas provisórias dos Jogos Pan-americanos”. O segundo radiografa o superfaturamento dos serviços de hotelaria e infra-estrutura da Vila Olímpica, produzido por Leyser em parceria com um consórcio liderado pela empresa JZ Engenharia. Só um senhor executivo conseguiria gastar exatos R$ 390.694,34 no item “montagem de cadeiras”, ou R$ 876.262,40 em “instalação de persianas”. O “total corrigido” da gastança somou R$ 2.740.402,54. O TCU quer todo o dinheiro de volta. O prefeito considera precipitada a cobrança.
“O conjunto de escândalos que envolvem o governo é tanto, e a desfaçatez dos principais atores envolvidos neles tão grande, que às vezes parece que a CPI não conseguiu ainda provar muita coisa”, indignou-se numa entrevista concedida em agosto de 2006 o deputado federal Eduardo Paes, do PSDB fluminense. ”Comprovamos o mensalão com cópia de recibo e tudo. Como é que o Lula ainda tem coragem de negar?”. O prefeito eleito pelo PMDB tem coragem de negar que sobram provas contra Ricardo Leyser.
“O TCU apontou algumas irregularidades, que estão sendo investigadas. A gente tem que ter muita calma antes de sair apontando o dedo para as pessoas”, acaba de recomendar o mesmo Eduardo Paes que colocou sob suspeição negócios muito lucrativos do Primeiro-Filho e acusou o presidente da República de fazer de conta que desconhecia a movimentação de bandidos amigos nas salas ao lado. Disposto a tudo para chegar à prefeitura, o ex-deputado pediu perdão por escrito a Marisa Letícia e ajoelhou-se aos pés de Lula. É improvável que volte a ficar de pé, sugere o palavrório sobre Leyser.
“Ele tem de continuar no comitê organizador”, insiste. Entre janeiro e agosto deste ano, no papel de cabo eleitoral do Rio, o prodigioso multiplicador de zeros consumiu R$ 230 mil em diárias de viagens. E daí?, acha Paes, convencido de que “a participação dele é fundamental na construção dos Jogos. A “construção” está orçada em R$ 26 bilhões. Por enquanto.
“Claro que Lula sabe quem é Delúbio Soares”, vivia repetindo o deputado Eduardo Paes. Claro que o prefeito sabe quem é Ricardo Leyser. É um senhor vampiro homiziado num cargo de direção do grande banco de sangue.
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