"Nós não aceitamos que ninguém queira impor qualquer coisa a nós. Não existe país - não importa quão poderoso seja - que vá dizer-nos o que fazer", disse Roberto Micheletti em entrevista para a agência de notícias “Reuters” na sexta-feira (31). Micheletti disse que seu governo está aberto ao diálogo, mas pronto para enfrentar o isolamento internacional se outros países impuserem mais sanções econômicas a Honduras. A nação produz café e bananas e é uma das mais pobres das Américas. "Temos suprimentos de alimentos garantidos. Os grãos básicos para o país duram até fevereiro do ano que vem, talvez até março, por isso não temos medo de sermos afetados por escassez", disse ele em um salão no palácio presidencial fortemente vigiado por soldados. "Em apoio ao país, empresas privadas disseram que vão congelar os preços da cesta básica porquanto tempo for necessário", afirmou Micheletti. Os Estados Unidos, principais parceiros comerciais de Honduras, retiraram sua ajuda militar e cancelaram vistos diplomáticos para importantes membros do governo interino como forma de pressão para a reinstauração de Zelaya no poder. Países latino-americanos e a União Europeia também se uniram contra Micheletti, ex-líder do Congresso hondurenho. Washington está apoiando um plano do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, para pôr fim ao impasse em Honduras, a pior crise política na América Central em quase 20 anos. A proposta inclui trazer Zelaya de volta ao poder, mas Micheletti rejeitou totalmente outra vez essa ideia. "Nós respeitamos muitos dos pontos do acordo, mas não aceitamos alguns deles, como o retorno do senhor Zelaya. Nós não aceitamos isso neste país em nenhuma circunstância. Se ele quiser voltar, ele pode, mas somente se enfrentar julgamento", afirmou. Zelaya se indispôs com muitos na Suprema Corte e no Congresso por tentar realizar um referendo para mudar a Constituição. Críticos o acusaram de tentar impor a reeleição presidencial para ampliar seu mandato, seguindo a linha do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Zelaya irritou líderes religiosos e empresariais por causa de sua estreita ligação com Chávez.
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