1.
O mais difícil não é ouvir as declarações de Lula sobre a sentença do Moro. O
mais difícil é ver Raduan Nassar sentadinho ali ao lado dele. E ainda mais difícil é encontrar as palavras exatas
para expressar o significado da submissão literária ao poder político. É um
tipo de "pacto" inqualificável para a linguagem filosófica.
2. Lula também insiste na ideia de que nunca viu tanto
"ódio disseminado". Por que é importante ele insistir nesse discurso?
Simples: qualquer reação ao ódio, e digo reações físicas mediante o uso da
força, é legitimada. Afinal, quem combate o ódio só pode ser "bom" e
quem combate o ódio com todas as suas energias só pode ser "herói".
3. Lula afirmou, rememorando Fidel Castro, que Moro e ele
deverão prestar contas para a História. Ora, esse tipo de discurso é um dos
mais canalhas adotado pelos canalhas políticos, pois suspende, pelo menos no
nível da crença -- que é o mais perigoso --, o valor concreto de um tribunal.
Se quem julga não é o juiz, mas a História, todas as ações de Lula serão
infalíveis perante o tribunal falível.
*Texto de Francisco
Razzo
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