sábado, 15 de julho de 2017

O discurso canalha de Lula.

1. O mais difícil não é ouvir as declarações de Lula sobre a sentença do Moro. O mais difícil é ver Raduan Nassar sentadinho ali ao lado dele. E ainda mais difícil é encontrar as palavras exatas para expressar o significado da submissão literária ao poder político. É um tipo de "pacto" inqualificável para a linguagem filosófica.
2. Lula também insiste na ideia de que nunca viu tanto "ódio disseminado". Por que é importante ele insistir nesse discurso? Simples: qualquer reação ao ódio, e digo reações físicas mediante o uso da força, é legitimada. Afinal, quem combate o ódio só pode ser "bom" e quem combate o ódio com todas as suas energias só pode ser "herói".
3. Lula afirmou, rememorando Fidel Castro, que Moro e ele deverão prestar contas para a História. Ora, esse tipo de discurso é um dos mais canalhas adotado pelos canalhas políticos, pois suspende, pelo menos no nível da crença -- que é o mais perigoso --, o valor concreto de um tribunal. Se quem julga não é o juiz, mas a História, todas as ações de Lula serão infalíveis perante o tribunal falível.

*Texto de Francisco Razzo

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