O ministro Luís
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira
que o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão,
possa cumprir o restante da pena de sete anos e 11 meses em regime domiciliar. Relator
do processo do mensalão, Barroso confirmou o benefício ao mensaleiro pelo fato
de o mensaleiro ter trabalhado e estudado na cadeia e, com isso, aberto caminho
para o abatimento de parte dos dias da sentença. Ele permaneceu menos de um ano
atrás das grades.
José Dirceu teria direito a progredir para o regime
aberto apenas em março de 2015, mas os estudos na cadeia, os livros lidos e
trabalhos tanto na Papuda quanto no escritório do criminalista José Gerardo
Grossi deram a ele o direito de acelerar a migração para um regime mais
benéfico. Como no Distrito Federal não há casas de albergado, estabelecimentos
próprios para condenados a regime aberto, a Justiça garante aos detentos nessa
condição que sejam beneficiados com prisão domiciliar.
Na próxima semana, Dirceu deve comparecer à Vara de
Execuções Penais do Distrito Federal para receber instruções sobre o
cumprimento da pena em regime aberto. Para cumprir a pena em casa, o condenado
deve, via de regra, assumir o compromisso de morar no endereço declarado e
avisar qualquer mudança, permanecer recolhido das 21 horas até as 5 horas da
manhã e ficar recluso nos domingos e feriados por período integral nos
primeiros meses da pena.
Em maio, durante mais uma tentativa de
desqualificar as condenações proferidas pelo STF no julgamento do mensalão, a
defesa do ex-ministro da Casa Civil chegou a apresentar recurso à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos
(OEA), acusando o Estado brasileiro de violação de direitos. O mensaleiro,
condenado a sete anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa, pedia ainda que
a Comissão recomendasse ao Brasil a realização de um novo julgamento para
Dirceu, sob a alegação de que foi desrespeitado o princípio do duplo grau de
jurisdição.
*Por Laryssa
Borges na VEJA.com.
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