sábado, 19 de abril de 2014

Os trambiques e superfaturamentos. Quem paga a conta Brasil?

Pasadena, de US$ 42,5 milhões para US$ 1,2 bilhão.Quem vai pagar esta conta? Por bem ou na porrada.
SÃO PAULO - Documentos obtidos pela revista “Época” mostram que a Astra - a empresa belga que comprou o controle acionário da refinaria Pasadena, no Texas (EUA), por US$ 42,5 milhões - estava disposta a negociar com a Petrobras.
No entanto, a estatal brasileira preferiu entrar na Justiça duas vezes e obteve um prejuízo de US$ 1,2 bilhão no negócio. Após comprar a refinaria, a Astra pagou dívidas antigas, fez investimentos e vendeu 50% de Pasadena à Petrobras por US$ 360 milhões.
Havia no contrato uma cláusula segundo a qual, em caso de divergência entre os sócios, a empresa divergente deveria comprar a parte do outro.
A divergência ocorreu em 2008, e a Astra fez uma proposta para vender a refinaria à Petrobras. A estatal brasileira decidiu não pagar e entrar na Justiça. Perdeu e foi obrigada a pagar uma indenização de US$ 639 milhões.


O custo da refinaria, orçada em US$ 2 bilhões (R$ 4,5 bilhões) quando começou a ser construída, em 2007, deve chegar a cerca de US$ 18 bilhões (R$ 40,2 bilhões).
Uma planilha apreendida no escritório do doleiro Alberto Youssef, preso em março sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro, aponta um dos modos como empreiteiras podem ter pago propina a agentes públicos para firmar contratos com a Petrobras, segundo a Polícia Federal.
O documento registra o repasse de R$ 31 milhões por dois consórcios e uma empresa a firmas controladas pelo doleiro Youssef. Trata-se dos consórcios CNCC (formado por Camargo Corrêa e Cnec) e Conest (Obebrecht e OAS) e a Jaraguá Equipamentos.
À Folha, todas negam ter negócios com as empresas de Youssef. Mas, em entrevista ao jornal "O Globo", o presidente da Jaraguá reconheceu ter pago comissão ao doleiro.

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