terça-feira, 25 de setembro de 2012

Projetos do PAC estão atrasados e já somam R$ 116 bilhões


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Obras da transposição do Rio São Francisco: mau planejamento (Reprodução/Internet)

Entraves em obras no Nordeste atrasam entregas e elevam custos dos projetos

A Nova Transnordestina, a refinaria Abreu e Lima, a transposição do rio São Francisco, a duplicação da BR-101 entre Alagoas e o Rio Grande do Norte. Essas são algumas das obras que o ex-presidente Lula anunciou em seu governo e que ajudaram o seu prestígio – e o de sua sucessora Dilma Rousseff – atingir níveis recordes. No entanto, Lula não inaugurou nenhuma dessas obras em seu mandato, e, provavelmente, Dilma também não o fará. De acordo com levantamento feito pelo jornal Valor Econômico, os principais empreendimentos lançados no governo Lula para o Nordeste estão atrasados em sua execução, ocasionando um aumento em seus custos. No total, são mais de R$ 116 bilhões em investimento em obras da região. Entre as razões para os atrasos estão contratos mal feitos, pendências ambientais e irregularidades nas prestações de contas.

Mesmo com os problemas evidentes, o Ministério do Planejamento afirmou que vários projetos do PAC já foram inaugurados no Nordeste, como a linha oeste do metrô de Fortaleza e a quinta etapa do chamado “Eixão das Águas”. Além dessas obras, a assessoria da pasta destacou também a inauguração da Adutora do Oeste, em Pernambuco, e a plataforma P-59, na Bahia.
Já entre as obras paradas estão as refinarias da Petrobras no Maranhão (Premium I), do Ceará (Rpremium II),  e a Abreu e Lima, no litoral de Pernambuco. O setor de infraestrutura também enfrenta problemas.  A Nova Transnordestina já trocou de empreiteiras, não recebeu os repasses de recursos da União e passou por processos de desapropriações arrastados, mas nada de mais perto das dificuldades da ferrovia Oeste-Leste (Fiol), que vai da Bahia até Tocantins. A obra teve a licença ambiental suspensa após a empresa responsável pela construção, a Valec, não cumprir uma série de termos impostos. A obra permanece estagnada.
Aprendizagem
Para especialistas, os entraves nas obras do Nordeste devem servir de exemplo para futuras concessões do governo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy,  melhorias no planejamento e na qualidade dos projetos são fundamentais para o início de novas obras, além de uma revisão sobre a legislação das concessões.
Um exemplo do mau planejamento é a obra da transposição do rio São Francisco. O contrato foi feito apenas para o projeto básico, o que fez as empreiteiras pedirem aditivos que aumentaram os custos da obra em 40%, um total de R$ 6,8 bilhões. Além do aumento do preço, a obra, prevista para ser inaugurada em dezembro de 2010, continua sem previsão de término.
Apagão no Nordeste
Um apagão atingiu todos os nove estados do Nordeste e o Pará neste último fim de semana, afetando mais de 600 municípios em toda a região. Pelo menos sete milhões de pessoas foram prejudicadas pela falha no sistema elétrico no Nordeste.
Nesta segunda-feira, 24, uma reunião extraordinária entre o Ministério de Minas e Energia e representantes do setor elétrico que atuam na região foi marcada para que se analise as causas do acidente. O problema, segundo a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), teria ocorrido no sistema de suprimento elétrico de responsabilidade das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), em Imperatriz (MA), que teria causado a interrupção do fornecimento de energia em cadeia.

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