sábado, 4 de fevereiro de 2012

A Soberana... que pena, é a nossa "presidenta"!



Ai, ai…

Quando começo um texto assim, virá um certo desconsolo, sabem?, aquilo a que Santo Agostinho definia como “acídia”… Abaixo, há o vídeo completo com a entrevista de Dilma Rousseff em Cuba, em que ela disse algumas enormidades. Se quiserem ver inteiro, bom proveito. Destaco algumas questões.

Em primeiro lugar, noto que poucos dirigentes no mundo — na verdade, nenhum que eu conheça — espancam tanto a própria língua como os brasileiros. É uma coisa impressionante! Em entrevista tão curta, destaco os erros mais grosseiros da Soberana:

- “Os demais passos NÃO É da competência do governo brasileiro…”

- “Não podemos achar OS DIREITOS HUMANOS É uma pedra…”

-“ESSES PROJETOS VAI LEVAR para o Brasil, para Cuba…”

- “ESTAVA TODOS OS PRESIDENTES, todos os primeiros-ministros…”

E AS COISAS VAI POR AÍ, VOCÊS ENTENDE, PESSOAL? Lula, preguiçoso, nunca quis estudar e sempre fez praça de sua ignorância. Mas Dilma é universitária. No governo, quando ministra, era até chamada de doutora. Evo Morales trata melhor o espanhol do que Dilma, o português. Sigamos.

Na entrevista, ela explica por que o Brasil financia quase US$ 1,5 bilhão em projetos em Cuba, justifica a sua omissão no que diz respeito aos direitos humanos e, no momento mais tipicamente seu, diz, em dilmês castiço, por que enfiar dinheiro na ilha é um bom negócio pra todo mundo, também para o Brasil. Está ali, a partir de 4min46s. Transcrevo:

“Quem ganha? Ganha o Brasil por fazer uma cooperação com uma país e um povo E TODA UMA ESTRUTURA INSTITUCIONAL que é visivelmente competente, capaz, na área de biotecnologia, na área de ciências médicas e com uma grande competência para todas as questões ligados (sic) à biotecnologia. Então o Brasil ganha com isso. Ganha Cuba também porque é uma parceria em que o Brasil entra tamém (sic) com seus conhecimentos nesta área, suas empresas privadas, que também implicam numa (sic) capacidade tecnológica do nosso país. E nós queremos uma parceria estratégica e duradoura. Nós estamos fazendo aqui uma parceria com essas, essas, através desses projetos, que eu acredito que vai levar para o Brasil e para Cuba um processo do desenvolvimento. Então, acredito que é isso que nós estamos fazendo aqui em Cuba. É esta contribuição.”

Voltei

Entenderam? Não há o que entender porque essa é a língua da embromação. Pra começo de conversa, o que há de compreensível apela a uma comprovada falsidade: o suposto avanço da medicina cubana. Isso, hoje, é uma piada. Ao contrário: o país está atrasado porque não há investimento. Xucro, Chávez foi tratar seu câncer com médicos cubanos; esperto, Fernando Lugo preferiu os brasileiros do Sírio-Libanês… O Brasil está financiando na ilha um porto, a produção de alimentos e a compra de máquinas agrícolas. Com juros de pai pra filho. Podem escrever: o dinheiro vai entrar como uma doação. O que ganharão as empresas brasileiras? Bem, se forem criar unidades de produção em Cuba para explorar a mão-de-obra quase escrava e exportar, talvez role alguma grana. Uma coisa é certa: não estão de olho no mercado interno da ilha, né?, que praticamente inexiste. Vão lá porque cedem ao apelo do governo brasileiro, que lhes garante facilidades no Brasil mesmo.

Acho fascinante aquele trecho grifado do discurso de Dilma. Depois de falar, falar e falar sem dizer nada, saca o “então”, como se tivesse demonstrado o que pretendia demonstrar.

Ali pelos 7min23s, a presidente diz ser contra a guerra e coisa e tal e a “violência contra os movimentos sociais”. Vocês sabem muito bem a que ela estava tentando se referir: sim, à desocupação do Pinheirinho, que violenta não foi, a despeito da confusão que o governo federal tentou criar.

É uma pena que a Soberana não tenha, até agora, se interessado por um estudante que ficou cego de um olho num confronto com a PM do Piauí, estado governado pelo PSB e pelo PT, e por uma cozinheira da Bahia, que também perdeu um olho, agredida por um policial militar, no estado governado pelo companheiro Jaques Wagner.

Maria do Rosário não mandou nem para o Piauí nem para a Bahia os representantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos. No Piauí e na Bahia, afinal, a PM pode não saber direito por que está cegando as pessoas, mas os cidadãos sabem muito bem por que estão sendo cegados, certo? É ou não é, Soberana?

Em homenagem ao apreço de Dilma pelos direitos humanos e à sua postura firmemente contrária à violência contra os movimentos sociais, republico a imagem destes dois símbolos da truculência dos “companheiros” com o povo. ( Reinaldo Azevedo)

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