terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os mendigos de Fidel

No bairro de La Víbora, perto da Praça Vermelha – que não é praça nem está pintada de vermelho – uma duzia de mendigos tomou posse de uma esquina, com amplos portais que servem de cama, teto e mesa. E também para a tralha ambulante.
Luis, um dos indigentes domiciliado na esquina central da rua Carmem com 10 de Outubro, logo cedo, começa a tomar na companhia de seus cumpinchas mendigos, um rum caseiro, feito com carvão e merda de vaca, com cheiro nauseabundo e quase impossível de tragar.
Quando o sol esquenta, já estão bêbados. Sem nenhum alimento no estômago, depois de um bate-boca ocasional com algum transeunte, caem como moscas nos papelões que servem de colchão.
Em Havana os mendigos se tornaram comuns. Mas estes mendigos do século 21, quase todos nascidos com a revolução, são seres carrancudos. Uma mistura de esquizofrenia e violência. Não conseguem articular mais de 200 palavras e se movem como ratos nas padrugada para remexer latas de lixo.
Alimentam-se das sobras deixadas em pratos de cafés e restaurantes: os restos de comida encontrados em latas de lixo. Dormem onde sejam surpeendidos pela noite: parques, portais ou escadarias de edifícios.
A imprensa oficial, cega para os problemas da cidadania, prefere publicar as notícias de esperança e relatar os números das metas de produtividade cumprida em qalquer província.
Por seu lado, o maior artífice de uma revolução que jurou eliminar a pobreza, olha para o outro lado. Sua visão está nos temas debatidos nos centros do poder mundial. Da crise do capitalismo à guerra atômica – que segundo ele – está por acontecer.
A economia estã no chão. Pouco dinheiro nos cofres estatais e um milhão e 300 mil trabalhadores desempregados ha cerca de 3 anos. Vendo assim, para os governantes, talvez o aumento da mendicância seja um mal menor. Preferem virar a página."
*(Extraído do texto em http://www.desdelahabana.net/?attachment_id=5381 - Tradução livre: A. Montenegro)

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