Em vez de festejar a própria vitória, eles preferem celebrar a derrota dos outros. Em vez de confraternizar com os que cumpriram a ordem do chefe e votaram em Dilma Rousseff, preferem errar pela internet à caça dos desobedientes, para condená-los à danação eterna. Em vez de sentir-se em casa nos blogs estatizados, preferem ser escorraçados dos que não estão à venda. Em vez de dormir sonhando com os oito anos de Lula, preferem seguir insones com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Eles não sorriem, não se divertem, nunca ficam simplesmente alegres. Não conseguem falar serenamente: urram, uivam, berram. Sobretudo, não compreendem a ironia fina, uma forma superior de inteligência. Porque só sabem viver possessos, os devotos da seita companheira jamais serão felizes. Foi assim antes da eleição de 31 de outubro. E assim tem sido neste novembro.
Como quase todas, a torcida fundada pelo PT depois do mensalão não sabe perder. Descobriu-se agora que é a única do mundo que também não sabe ganhar.
*Texto de Augusto Nunes
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