- Hamas, Hamas, os judeus na câmara de gás.
O bordão foi entoado na Holanda, durante uma passeata organizada por grupos de esquerda para protestar contra a batalha de Gaza. Dois parlamentares do Partido Socialista participaram da passeata.
O antissemitismo? Foi tomado pela esquerda. Gadi Luzzato Voghera é autor de um ensaio sobre o assunto, "Antissemitismo à esquerda", da editora Einaudi. Professor da universidade de Veneza, judeu e esquerdista, ele comparou a cumplicidade da esquerda européia com o Hamas à cumplicidade da esquerda européia com o stalinismo. Assim como os intelectuais de esquerda, no passado, se recusaram a condenar o totalitarismo de Stalin e o caráter assassino de seu regime, os intelectuais de esquerda, atualmente, acobertam o totalitarismo do Hamas e o caráter terrorista de seu regime - são os Jean-Paul Sartre do Hamas.
O antissemitismo de esquerda é camuflado como antissionismo. Para poder colaborar abertamente com os assassinos do Hamas, os antissemitas de esquerda falsificaram a história, associando os terroristas palestinos aos grupos anticolonialistas do século passado ou ao movimento contra o apartheid na África do Sul, como se Israel fosse um império colonial ou um regime segregacionista. Pior: eles igualaram Gaza ao gueto de Varsóvia, como se Israel fosse a monstruosidade nazista. Em nome do antissionismo, a esquerda acolheu alegremente o despotismo do Hamas, o fundamentalismo religioso, a opressão das mulheres e a retórica genocida contra os judeus.
De setembro para cá, o antissemitismo de esquerda ganhou o impulso da crise financeira internacional. De acordo com uma pesquisa realizada em sete países europeus, 31% dos entrevistados culparam os judeus pelos desastres da economia mundial. É o retorno em grande escala daquele arraigado preconceito antissemita do judeu agiota, do judeu conspirador, do judeu inescrupuloso, do judeu golpista. Agora é a vez do judeu do subprime, do judeu dos ativos tóxicos, do judeu capitalista. Os novos Protocolos dos Sábios do Sião afirmam que o neoliberalismo é obra de judeus apátridas, como Bernard Madoff, e que só a esquerda pode extirpá-lo, com um vigoroso Pogrom keynesiano de investimentos estatais.
A esquerda nem sempre foi assim. Eu, como Tristram Shandy, relato o que aconteceu antes de meu nascimento, quando ainda estava acomodado no útero materno. Passei a gravidez num kibbutz, em Israel. O kibbutz Ashdot Iaakov, pertinho do mar da Galiléia, aos pés das colinas de Golan. Data: 1962. Lá estou eu, boiando no líquido amniótico. Lá está ela, minha mãe, aos 27 anos, grávida de mim, trabalhando na creche do kibbutz. Lá está ele, meu pai, colhendo uvas no vale do Jordão. E lá está ele, meu irmão, aprendendo hebraico na escola. Nenhum deles era - ou é - judeu. O que faziam num kibbutz? Experimentavam a vida comunitária, aquele ideal socializante de irmandade e de partilha dos bens. O ideal socializante, agora, é outro:
- Hamas, Hamas, os judeus na câmara de gás.
O bordão foi entoado na Holanda, durante uma passeata organizada por grupos de esquerda para protestar contra a batalha de Gaza. Dois parlamentares do Partido Socialista participaram da passeata.
O antissemitismo? Foi tomado pela esquerda. Gadi Luzzato Voghera é autor de um ensaio sobre o assunto, "Antissemitismo à esquerda", da editora Einaudi. Professor da universidade de Veneza, judeu e esquerdista, ele comparou a cumplicidade da esquerda européia com o Hamas à cumplicidade da esquerda européia com o stalinismo. Assim como os intelectuais de esquerda, no passado, se recusaram a condenar o totalitarismo de Stalin e o caráter assassino de seu regime, os intelectuais de esquerda, atualmente, acobertam o totalitarismo do Hamas e o caráter terrorista de seu regime - são os Jean-Paul Sartre do Hamas.
O antissemitismo de esquerda é camuflado como antissionismo. Para poder colaborar abertamente com os assassinos do Hamas, os antissemitas de esquerda falsificaram a história, associando os terroristas palestinos aos grupos anticolonialistas do século passado ou ao movimento contra o apartheid na África do Sul, como se Israel fosse um império colonial ou um regime segregacionista. Pior: eles igualaram Gaza ao gueto de Varsóvia, como se Israel fosse a monstruosidade nazista. Em nome do antissionismo, a esquerda acolheu alegremente o despotismo do Hamas, o fundamentalismo religioso, a opressão das mulheres e a retórica genocida contra os judeus.
De setembro para cá, o antissemitismo de esquerda ganhou o impulso da crise financeira internacional. De acordo com uma pesquisa realizada em sete países europeus, 31% dos entrevistados culparam os judeus pelos desastres da economia mundial. É o retorno em grande escala daquele arraigado preconceito antissemita do judeu agiota, do judeu conspirador, do judeu inescrupuloso, do judeu golpista. Agora é a vez do judeu do subprime, do judeu dos ativos tóxicos, do judeu capitalista. Os novos Protocolos dos Sábios do Sião afirmam que o neoliberalismo é obra de judeus apátridas, como Bernard Madoff, e que só a esquerda pode extirpá-lo, com um vigoroso Pogrom keynesiano de investimentos estatais.
A esquerda nem sempre foi assim. Eu, como Tristram Shandy, relato o que aconteceu antes de meu nascimento, quando ainda estava acomodado no útero materno. Passei a gravidez num kibbutz, em Israel. O kibbutz Ashdot Iaakov, pertinho do mar da Galiléia, aos pés das colinas de Golan. Data: 1962. Lá estou eu, boiando no líquido amniótico. Lá está ela, minha mãe, aos 27 anos, grávida de mim, trabalhando na creche do kibbutz. Lá está ele, meu pai, colhendo uvas no vale do Jordão. E lá está ele, meu irmão, aprendendo hebraico na escola. Nenhum deles era - ou é - judeu. O que faziam num kibbutz? Experimentavam a vida comunitária, aquele ideal socializante de irmandade e de partilha dos bens. O ideal socializante, agora, é outro:
- Hamas, Hamas, os judeus na câmara de gás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário