domingo, 24 de julho de 2016

Sérgio Moro rebate e parte para o ataque contra a defesa de Lula.

O juiz federal Sérgio Moro reagiu nesta sexta-feira (22) ao pedido dos advogados do ex-presidente Lula para que o próprio Moro se declare suspeito para julgar processos em que o petista figure como investigado. Moro contestou as justificativas da defesa de Lula, afirmando não ver qualquer empecilho em continuar à frente das investigações contra o ex-presidente na 14ª Vara Criminal de Curitiba (PR), núcleo da Lava Jato para quem não tem foro privilegiado.
“Não vislumbro como se pode extrair dessas decisões ou de qualquer outra decisão interlocutória dos processos, motivada a apreciação judicial pelo requerimento das partes, causa para suspeição. Se houve exploração política do episódio [condução coercitiva], isso não ocorreu da parte deste julgador – que, aliás, proibiu rigorosamente a utilização de algemas, a filmagem ou registro fotográfico do episódio. Nem aparenta ter havido exploração política do episódio pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal”, defendeu-se Moro, em despacho de 14 páginas.
Em determinado ponto de seu despacho, Moro saiu da defesa para o ataque e reprovou a atuação da defesa de Lula, Segundo o magistrado, os advogados apontaram suspeição sem que provas fosse apresentadas. A esse propósito, em 17 de junho, a defesa do petista protocolou, na Procuradoria-Geral da República (PGR), representação contra o que considerou “abuso de autoridade” praticado por Moro. Era uma espécie de prévia da petição protocolada em 5 de julho.
“Em síntese de todo o exposto, não há nenhum fato objetivo que justifique a presente exceção, tratando-se apenas de veículo impróprio para a irresignação da Defesa do Excipiente contra as decisões do presente julgador e, em alguns tópicos, é até mesmo bem menos do que isso. Rigorosamente, apesar do direito à ampla defesa, não se justifica o emprego da exceção de suspeição sem que haja mínimos fatos objetivos que a justifiquem”, disse Moro.
O clima quente entre as partes demonstra que estamos perto de finalmente assistir ao tão esperado encarceramento do ex-presidente.

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