sábado, 4 de julho de 2015

Cerveró, ex-diretor da estatal, negocia fazer delação premiada.


Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, iniciou as negociações de um possível acordo de delação premiada nesta quarta-feira (1º)

BELA MEGALE

FLÁVIO FERREIRA
DE CURITIBA 

A conversa entre Cerveró, advogados da defesa, procuradores e representantes da Polícia Federal aconteceu na tarde de quarta na Superintendência da PF, em Curitiba. Pela manhã, ele havia recebido visita da esposa. 

Pessoas próximas à família afirmaram que a decisão de negociar deve-se ao estado de saúde do ex-diretor. Preso desde janeiro, ele vem sofrendo ataques de pânico, apesar de tomar medicação para ansiedade e ter acompanhamento de psiquiatra. 

Na quinta (25), o ex-diretor retornou do Complexo Médico Penal, em Pinhais, para a sede da PF em Curitiba, onde passou a dividir a cela com o doleiro Alberto Youssef. 

Pessoas que tiveram contato recente com Cerveró afirmam à Folha que não é raro vê-lo usando roupas sujas. 

Os problemas psiquiátricos geraram questionamentos sobre as reais contribuições de uma eventual delação. 

Em maio, Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. O ex-diretor também é figura central na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e é suspeito de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação de navios-sonda. 

Por ser apontado como um dos arrecadadores do PMDB, sua eventual delação é vista como um dos principais caminhos para se chegar a caciques do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, disse que "no momento" não pode falar do acordo. Cerveró sempre negou as acusações à CPI da Petrobras e à Justiça. 

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