Nicolás Maduro é um tosco. Na verdade, um estúpido. Chegou à presidência da Venezuela pelas mãos de Hugo Chávez, um coronel-engenheiro que dirigiu o país com mão de ferro, sob à tutela das Forças Armadas e de uma guarda pretoriana formada por militares cubanos. Diz que vez ou outra gosta de dormir ao lado da tumba de Chávez. O caudilho, que morreu vitimado por câncer, já apareceu para o atual presidente venezuelano na figura de um pássaro, segundo garante o tiranete.
Maduro tem o carisma de um pregador de roupa e se sustenta no cargo pelo aparato repressivo que circula em seu entorno, desde militares corruptos, passando por milícias à soldo dos petrodólares e até as gangues do narcotráfico, financiadas pelas FARCS.Analistas econômicos confirmam que a Venezuela está quebrada, que o setor produtivo – o pouco que não foi estatizado – rasteja procurando de alguma oportunidade de negócio. E, para horror da população falta de tudo nas gôndolas dos supermercados: da carne aos itens de higiene.
A mídia independente desapareceu do país. Empresários da comunicação social foram perseguidos e suas emissoras foram estatizadas. Quando não, foram transferidas para grupos ligados ao chavismo que se prestam a servir de porta-vozes da idiotia bolivariana, que não passa de um socialismo tosco e boçal. O lupemproletariado se abastece das migalhas que o regime oferece e se comporta como massa de manobra do chavismo.
Os militares de alta patente enriquecem com o dinheiro da corrupção e das negociatas com grupos estrangeiros interessados no petróleo venezuelano. A baixa patente tem tido sucessivos aumentos, como forma de domesticar os quartéis. O judiciário é um arremedo de justiça, que se submete às ordens dos donos do poder.
A oposição está esfacelada, com os seus principais líderes na prisão ou na clandestinidade. Capriles, candidato oposicionista derrotado no último pleito presidencial, perdeu espaço para Leopoldo López, um jovem político, que surge agora como a principal liderança das manifestações de rua em Caracas.López, com voz de prisão decretada por Maduro, num lance de audácia permitiu, ao lado da mulher e dos manifestantes, ser levado pelas tropas chavistas para um presídio nos arredores da capital da Venezuela. Antes, porém pediu que as manifestações continuassem com todas as forças que desejam a volta da Estado de direito e da democracia.
A violência policial já fez os seus mártires e existe a possibilidade de que o poder possa cair nas ruas, sem o mínimo controle do regime sobre as ações clandestinas das milícias cubanas e das gangues do narcotráfico.
O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, um militar oportunista e corrupto, que compartilha o poder com o seu inimigo Nicolás Maduro, acredita que pode surgir como o fiel da balança num governo de transição. É bem provável, no entanto, que caia junto com Maduro et caterva.
Há uma inquietação no cenário internacional com as crises na Ucrânia e na Venezuela. No lado de lá o problema é do presidente russo Vladimir Putin. No lado de cá, o problema é latino-americano, mas com o olhar fixo dos falcões norte-americanos.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito e colaborador deste blog.
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Barbárie bolivariana.
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