domingo, 5 de janeiro de 2014

Para acalmar os “nervosinhos”, só há uma coisa a ser feita…

 
Por Rodrigo Constantino

O governo Dilma rasgou o último pilar do tripé macroeconômico que herdou. A meta de superávit fiscal foi para o “beleléu”. Era uma meta móvel, reduzida sob medida ao decorrer do ano para ser batida. Ainda assim, não seria possível, pois o governo só aumenta gastos e a receita não acompanhava, pois a economia quase não cresce. A saída foi apelar para malabarismos primários, já uma constante da equipe de Guido Mantega. 

As receitas extraordinárias obtidas com a venda de Libra e o Refis ajudaram o governo a ficar dentro da meta, já devidamente reduzida. O governo até antecipou a divulgação dos dados, segundo o ministro Mantega para acalmar os “nervosinhos” por aí. Será que o ministro acha que aqueles que estão nervosos, justamente porque sabem fazer contas e não são facilmente enganados por truques infantis, iam cair nessa? 

Haja amadorismo! Receitas extraordinárias e atípicas possuem essa definição porque não ocorrem com freqüência regular, não se repetem. Que tipo de credor contaria com uma renda extra esporádica como algo certo e garantido para a frente? Será que Mantega e Dilma acham que o “mercado” é tão trouxa e só olha para o número final, e pronto? Mais assustador do que os malabarismos toscos é o fato de o governo realmente acreditar que os investidores são tão idiotas assim. 

Após avisar que antecipou os dados extraordinários para acalmar os “nervosinhos”, o ministro Mantega resolveu cobrar explicações da GM sobre demissões. Pouco mais de mil funcionários, quase todos da linha de produção do Classic, que não é mais produzido naquela fábrica, já sabiam que seriam dispensados, pois era parte do acordo. 

Mas Mantega tinha dito que iria conversar com a GM, pois a empresa não poderia demitir. Como assim? Chegamos, na cabeça do ministro, a este ponto de socialismo, em que não são mais as próprias empresas que decidem sobre contratação e demissão, mas sim o governo? Vivemos sob o nacional-socialismo agora, onde as empresas mantêm a propriedade privada só nas aparências, mas quem controla tudo são os agentes do estado? 

São comentários absurdos como esse, que o ministro Mantega e sua equipe fazem rotineiramente, que deixam todos os investidores “nervosinhos”. É que a estupidez econômica do governo costuma enervar mesmo aqueles que tomam decisões de investimento, pois são diretamente afetados por ela. Vide Argentina ou Venezuela. 

Se Mantega e sua chefe Dilma efetivamente querem acalmar os “nervosinhos” e atrair mais investimentos para o país, só há uma coisa a ser feita: renunciarem aos seus respectivos cargos, pedirem para sair! 

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