terça-feira, 19 de março de 2013

Calúnias oficiais.

article image
Papa Francisco é considerado um opositor político do governo argentino
 
Por trás da campanha anti-papa Francisco. Membros do governo argentino e jornalistas alinhados à política de Cristina Kirchner implantam calúnias para destruir a imagem do papa Francisco.
Na semana passada, enquanto os argentinos celebravam a inesperada nomeação de Jorge Mario Bergoglio ao papado, membros do governo Kirchner e jornalistas pró-governo iniciaram uma campanha para deturpar a imagem do novo papa Francisco.
A calúnia não é novidade na Argentina. Há anos, o governo Kirchner utiliza essa tática para destruir os inimigos políticos que se opõem ao discurso do governo. No caso do papa Francisco, implantou-se a suspeita de colaboração com a ditadura militar do país, em 1970.
De acordo com Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Nobel da Paz de 1980 e especialista em ditadura argentina, “alguns padres foram cúmplices da ditadura, mas Bergoglio não era um deles”. A juíza aposentada, Alicia Oliveira, que foi perseguida pelo regime, conheceu Bergoglio naquela época e reforça o coro contra as críticas ao papa. “Ele ajudou muita gente a sair do país”, diz. Ela lembra o caso, de um jovem, muito parecido com Bergoglio, que fugia do regime. “Ele deu a própria identidade e a veste de clérigo para que o jovem pudesse escapar”, diz Alicia. Graciela Fernández Meijide, ativista dos direitos humanos e membro da Comissão de Desaparecidos, revelou à imprensa que “de todas as denúncias recebidas por ela, nenhuma ligava Bergoglio à ditadura”.
Contudo, nada disso importa para aqueles que desejam fazer da Argentina a próxima Venezuela. Eles consideram Bergoglio um intrometido. Graciela Meijide concorda que a narrativa de Bergoglio, contrária às declarações oficiais do governo, incomoda. “Tenho a impressão de que o que realmente incomoda é que o papa não se alinha ao governo. Ao contrário disso, ele segue denunciando a continuação da pobreza na Argentina”, diz a ativista.

Nenhum comentário: