A matéria abaixo é do Estadão. Um tucano afirma que Serra tem medo de perder o apoio de Kassab, por isso quer fazer aliança com o PSD. Ao atacar Serra, este tucano está declarando nas entrelinhas que o PSDB não necessita do apoio do prefeito de São Paulo. Dispensa. Quem precisa do PSD é Serra. Ou seja: numa só tucanada, o PSDB rejeita Serra, rejeita Kassab e rejeita o PSD. Está bom assim ou querem mais? Para os novos donos do partido, 44 milhões de votos não são nada. Mero detalhe. A meta agora é destruir Serra, mesmo que para isso tenham que entregar a maior cidade do Brasil para o PT.Após a realização de um debate entre os quatro pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo, na noite desta segunda-feira, 28, um dirigente tucano resumiu com a seguinte frase a tensão vivida pelo PSDB paulista nos últimos dias: "o problema é que Serra tem medo de perder o apoio do Kassab". De acordo com ele, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo tem falado claramente a interlocutores sobre isso. Para Serra, diz ele, a questão não é só São Paulo, mas também outras regiões do País, onde o PSD, partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, conquistou apoios importantes.
A preocupação, acrescenta, é sobretudo em relação ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com quem Kassab tem mantido conversas. Campos, além de ser presidente nacional do PSB, é fenômeno de popularidade no Nordeste e tem seu apoio disputado por várias legendas. Além disso, o Estadão mostrou que o PT estaria preparando uma estratégia para blindar Kassab, em função das alianças em outros Estados.
Apesar de tudo isso, o dirigente não desconsiderou de todo a possibilidade de o PSDB apoiar o PSD após a realização de todos os debates das prévias. Ele também defendeu uma eventual participação do PDT na coligação, o que, na sua avaliação, daria maior penetração ao partido no movimento sindical.
Divisão no ninho tucano. A tensão entre os tucanos e o prefeito Gilberto Kassab ficou evidente durante debate realizado na noite da segunda-feira, 28, quando três dos quatro pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo criticaram a gestão do prefeito. O deputado federal Ricardo Trípoli, que foi o menos incisivo, lembrou que os quatro foram desacreditados quando iniciaram a campanha pelas prévias. Já o secretário estadual de Energia, José Aníbal, reclamou da "lerdeza" dos serviços da prefeitura e afirmou que as subprefeituras viraram "zeladorias". O secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, pediu melhorias no transporte e disse que é preciso enfrentar as empresas de ônibus - calcanhar de Aquiles da gestão Kassab.
No discurso mais duro da noite, Bruno Covas acusou aqueles que "tentam trabalhar contra" a candidatura própria tucana. O que pode ser interpretado como uma crítica velada a Serra. Há alguns dias, o ex-governador afirmou em reunião da direção do partido que nenhum dos quatro era viável eleitoralmente e que o melhor seria apoiar a candidatura do atual vice-governador, Guilherme Afif Domingos (PSD).
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