“Essa decisão oficializa o estupro da política interna do partido. Jogaram na lata de lixo as regras pelas quais lutamos há 30 anos”.
A fala acima é do deputado Domingos Dutra, do PT do Maranhão. Ele protesta contra a decisão do Diretório Nacional do partido, que impôs no estado a aliança com a governador Roseana Sarney (PMDB), que concorre à reeleição. Ooops! Concorre, na verdade, à eleição, já que eleita não foi. Está no cargo porque Jackson Lago foi cassado pelo TSE. Numa daquelas decisões esdrúxulas do tribunal, deu-se posse ao segundo colocado — no caso, Roseana.
Ele já havia passado a noite de quinta para sexta em vigília no plenário da Câmara. Agora, declara-se em greve de fome. A decisão do Diretório Nacional revogou uma outra, do diretório estadual, em favor da candidatura de Flávio Dino, do PC do B: “Sarney se sente ameaçado e quer destroçar as novas lideranças, como Dino”, afirma o deputado. “Jogaram na lata de lixo as regras pelas quais lutamos há 30 anos (…). O PT tem de jogar fora seu código de ética. Entregar o partido para quadrilha não é ter ética.”
Protegido por um sobretudo, o deputado ingere água de coco e se cerca de alguns livros, como A Oligarquia da Serpente, de Othelino Filho e Othelino Neto, e O Implacável Camaleão, de própria palavra, obras que desconstroem a família Sarney. Leva ainda consigo Insônia, de Graciliano Ramos, e obras de Gandhi e Chico Xavier.
Segue trecho de O Implacável Camaleão, que está disponível na rede:
Sarney é onipresente. Não pode ver uma procissão e vai logo se ajoelhando, por isso não tem cabelos nos joelhos. O homem é eclético: se benze na missa; ora no templo evangélico e baia na tenda do seu amigo Bita do Barão, dono do maior terreiro de macumba do Brasil, deliciando-se com a tradicional galinha preta: haja urucubaca! Para Sarney, não importa o santo, o que interessa é a “graça”.
Sarney joga sempre com pelo menos duas bolas. Ele espalha seus jogadores entre todos os times. Independente de quem seja o perdedor, ele está sempre ganhando. Na campanha das diretas já, Sarney era contra, mas mandou o filho Zequinha votar a favor. Na privatização da Vale do Rio Doce agiu da mesma forma.
Assim, Sarney tem sobrevivido e engordado: serviu, bajulou e usou de todos os governos nos últimos 60 anos.
O livro traz ainda uma penca de denúncias de irregularidades que os Sarneys teriam cometido à frente dos governos do Maranhão e do Amapá. Com efeito, o deputado não tem como apoiar Sarney sem se desmoralizar. A rigor, não há como compreender que continue no PT.
A fala acima é do deputado Domingos Dutra, do PT do Maranhão. Ele protesta contra a decisão do Diretório Nacional do partido, que impôs no estado a aliança com a governador Roseana Sarney (PMDB), que concorre à reeleição. Ooops! Concorre, na verdade, à eleição, já que eleita não foi. Está no cargo porque Jackson Lago foi cassado pelo TSE. Numa daquelas decisões esdrúxulas do tribunal, deu-se posse ao segundo colocado — no caso, Roseana.
Ele já havia passado a noite de quinta para sexta em vigília no plenário da Câmara. Agora, declara-se em greve de fome. A decisão do Diretório Nacional revogou uma outra, do diretório estadual, em favor da candidatura de Flávio Dino, do PC do B: “Sarney se sente ameaçado e quer destroçar as novas lideranças, como Dino”, afirma o deputado. “Jogaram na lata de lixo as regras pelas quais lutamos há 30 anos (…). O PT tem de jogar fora seu código de ética. Entregar o partido para quadrilha não é ter ética.”
Protegido por um sobretudo, o deputado ingere água de coco e se cerca de alguns livros, como A Oligarquia da Serpente, de Othelino Filho e Othelino Neto, e O Implacável Camaleão, de própria palavra, obras que desconstroem a família Sarney. Leva ainda consigo Insônia, de Graciliano Ramos, e obras de Gandhi e Chico Xavier.
Segue trecho de O Implacável Camaleão, que está disponível na rede:
Sarney é onipresente. Não pode ver uma procissão e vai logo se ajoelhando, por isso não tem cabelos nos joelhos. O homem é eclético: se benze na missa; ora no templo evangélico e baia na tenda do seu amigo Bita do Barão, dono do maior terreiro de macumba do Brasil, deliciando-se com a tradicional galinha preta: haja urucubaca! Para Sarney, não importa o santo, o que interessa é a “graça”.
Sarney joga sempre com pelo menos duas bolas. Ele espalha seus jogadores entre todos os times. Independente de quem seja o perdedor, ele está sempre ganhando. Na campanha das diretas já, Sarney era contra, mas mandou o filho Zequinha votar a favor. Na privatização da Vale do Rio Doce agiu da mesma forma.
Assim, Sarney tem sobrevivido e engordado: serviu, bajulou e usou de todos os governos nos últimos 60 anos.
O livro traz ainda uma penca de denúncias de irregularidades que os Sarneys teriam cometido à frente dos governos do Maranhão e do Amapá. Com efeito, o deputado não tem como apoiar Sarney sem se desmoralizar. A rigor, não há como compreender que continue no PT.
Um comentário:
Esse é mais um dos "inocentes úteis". Não merece viver. Nesse mundo não tem mais lugar pra esses lixos politicos.
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