domingo, 13 de junho de 2010

Natureza criminosa

Arte do blog acerto de contas
Os petistas têm uma liderança inequivocamente popular — Lula — e um governo com méritos reconhecidos. Poderiam, portanto, disputar as eleições segundo as regras do jogo. Mesmo que a candidata não seja lá grande coisa — e eu não acho, mesmo, que seja —, as outras circunstâncias se encarregariam, como se encarregaram, de torná-la competitiva, As qualidades do governo e a liderança do presidente fariam, como fizeram, isso por ela. Então por que a obsessão pelo jogo sujo?
Porque é mais uma questão de natureza do que propriamente de escolha. Se você reconhece os valores essenciais da democracia e não aceita jogar fora das regras, admite que, numa disputa, é possível ganhar ou perder. Mais: pode até considerar que a derrota é injusta, mas não pensa em culpar por isso o juiz ou, sei lá, em sabotar o regulamento. Não que um ou outro não façam, de vez em quando, um gol de mão — mas nem por isso se tenta transformar a transgressão em regra.
Ocorre que, em seus delírios de onipotência, Lula passou a achar que, em política, só uma coisa é feia: perder. E isso implica o vale-tudo. Houve, como se diz lá em Dois Córregos, a união da fome com a vontade de comer: ao cesarismo de Lula, juntou-se o esquerdismo do PT, tornado ainda mais nefasto nestes tempos de “adesão ao mercado”, quando o dinheiro fácil irriga o tradicional deserto moral.
*Li no blog do Reinaldo Azevedo

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