O filme "O filho do Brasil", patrocinado por empresas com interesses junto ao governo federal, é mais uma ferramenta na jogada lulista de rachar o Brasil em dois – entre os que são a favor do seu governo e os que são contra. Uma ferramenta de luxo, pois, como Lula tanto aprecia, a película não permite o contraditório. No escurinho do cinema, a pessoa ocupa uma poltrona e assimila a mensagem que quiserem passar. Sem cerimônia — A estratégia maniqueísta pretendida por Lula é anunciada sem a menor cerimônia por ele mesmo, por sua ministra-candidata, Dilma Rousseff, e outros aliados. Confortável em sua popularidade, conquistada principalmente à base da esmola do Bolsa Família, o petista afirma que estar contra ele é estar contra o Brasil. Uma lógica razoável para quem parece realmente acreditar que, antes de sua chegada ao poder, nada de bom havia sido feito no País. Por mais que se entenda a importância do realismo político para se conservar o poder, é difícil aceitar esse comportamento em um presidente que está cumprindo o segundo mandato. Não que se esperasse um completo distanciamento do processo eleitoral por parte de um animal político como Lula. Não se trata, aqui, de cobrar a famosa (e, em termos políticos, folclórica) postura de magistrado em sua sucessão. É claro que, de uma forma ou de outra, ele se envolveria na batalha que se aproxima. O que se discute aqui é uma questão de abordagem. O approach lulista sobre 2010 é escandalosamente mesquinho. Como se ele e seu grupo estivessem simbioticamente agarrados ao poder, lutando com unhas e dentes para não largar o osso e preservar o status quo. O discurso e as atitudes do presidente e de seus auxiliares nos diversos palanques, que já estavam montados em meados de 2007, revela uma desfaçatez muitas vezes chocante.
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