Arte: Madonna Sistina, de Rafaello
Um dos feitos mais extraordinariamente diabólico, que os engenheiros
sociais realizaram, foi o rebaixamento da arte a mera técnica de subversão
social. Ao transformarem a arte em meio de ação revolucionária aleijaram um dos
pilares civilizacionais que mantinham nossa comunidade em pé. A arte sempre foi
vista como um meio para um fim, uma técnica que possibilitava atingir um fim
mais elevado, o belo. A dimensão estética da existência, desde os gregos,
sempre foi vista como um valor em que o belo e o bem constituíam o mesmo
fenômeno transcendente. A arte era o conjunto de técnicas que possibilitava o
espírito humano (psique) se conectar com o belo e o sublime, dois atributos
(arate) divinos. Em outras palavras, a arte era meio pelo qual a alma humana se
conectava com Deus, era outra forma, além da filosofia, em que a tensão
existencial na metaxy tornava o Agathon iluminado para a consciência. Essa
noção foi muito bem recepcionada pelo cristianismo, toda a teoria estética
cristã tratava a arte como esse magnífico estado de contemplação Divina. E foi
nestes termos que vimos os mais extraordinários feitos artísticos da humanidade
e os mais espetaculares artistas, como Rafael ou Michelângelo.
Contudo, a revolta egofânica que contaminou o ocidente cristão e
culminou nas mais inumanas e indignas revoluções atingiu todos os níveis de
nossa sociedade. A razão foi destituída do seu elemento de revelação
transcendente e virou mera estupidez ideológica iluminista, a moral foi
rebaixada ao nível de quinquilharia dispensável e virou mero acessório de
sistemas jurídicos positivistas amorfos e a arte foi deformada a mera ação de
transgressão e feiura, perdendo toda dimensão estética do sublime e do belo.
Os padrões estéticos que outrora se conectavam com o belo, ao bem, foram
rompidos e rejeitados. Onde antes tínhamos uma técnica que nos convidava ao
vislumbre das virtudes divinas, agora temos um manancial de depravação e feiura
onde tudo que for ofensivo a condição humana é glorificado num espetáculo
grotesco e horribilíssimo. Os artistas geniais que elevavam o padrão humano a
um nível nobre e digno foram substituídos por militantes engajados afetados,
focados em por abaixo todos os pilares de nossa civilização.
Neste espetáculo de horrores que virou a arte moderna, restou apenas o
homem comum, violentado e ultrajado em tudo que ama e acredita, refém de uma
corja de psicopatas, que se dizem artistas, que, celebrados por todos os
igualmente repugnantes "jornalistas" de nossa era, contam com uma
carta branca para praticar todos os mais vis atos contra a condição humana.
Enquanto não retornarmos a arte como meio de alcançar o belo, o bem e
Deus, continuaremos chafurdando nesse lodo de depravação e imoralidade que
virou a arte moderna. Nunca Dostóievski
esteve mais certo, pois só a beleza
salvará o nosso mundo!
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