A Frente Parlamentar do Agronegócio é uma das bancadas de lobby mais ativa do Congresso, com influencia sob a maioria dos partidos da base e da oposição. (via Folha Poder)
Após uma reunião com cerca de 40 deputados, a FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio) decidiu apoiar formalmente o processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, em tramitação na Câmara dos Deputados. Em nota, a bancada chama a atual situação de "vexatória".
A FPA é uma das bancadas de lobby mais ativa do Congresso, com influencia sob a maioria dos partidos da base e da oposição. Entre seus 14 diretores, há deputados e senadores de nove partidos, entre eles PMDB, PSDB, PDT e PSB. Nos últimos anos, a bancada tem conseguido fazer modificações legais no Congresso em benefício do setor, mesmo quando enfrentam oposição de outros setores organizados.
De acordo com o presidente da bancada, deputado Marcos Montes (PSD-MG), que é de um partido da base do governo, a decisão de apoiar o impedimento da presidente foi unânime. Segundo ele, o apoio ao impedimento decorre dos problemas que o setor está enfrentando pela falta de governabilidade. Montes afirmou que a decisão foi tomada na quarta-feira (16), antes da divulgação de escutas telefônicas em que a presidente fala com o ex-presidente Lula sobre sua nomeação. Segundo ele, a nomeação de Lula só piora a situação. "A nomeação do Lula cria mais insegurança e afugenta os investimentos para o país", afirmou Montes. Segundo o deputado, cinco deputados foram nomeados pela FPA para procurar os integrantes da comissão pedindo apoio ao impedimento da presidente. Segundo ele, mesmo que a comissão não aprove, na votação no plenário os parlamentares da frente vão trabalhar para ter a maioria de dois terços necessária para aprovar o afastamento de Dilma. Confira a íntegra da nota da Frente Parlamentar: "Neste instante em que o nosso País vive uma grave crise política, econômica e social, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vem a público manifestar o seu inconformismo e o irrestrito apoio às ações do Judiciário e do Congresso Nacional no sentido de apressar o rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sociedade brasileira em geral e o segmento produtivo rural em particular não suportam mais conviver com esse palpável momento penoso e essa duradoura expectativa. Os fundamentos políticos e econômicos nos mostram que essa crise será duradoura, caso não se estanque aqui e agora pelas vias legais de que dispõe o Estado Democrático de Direito. Hoje (16) reunida, a FPA deliberou favoravelmente pelo apoio formal ao impeachment da presidente Dilma diante das pressões vindas dos quatro cantos deste País. Afinal, não é mais tolerável tal cenário. A verdade é que a Nação não suporta mais essa vexatória situação. "
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