domingo, 22 de novembro de 2015

Economia ladeira abaixo.

Faltam 38 dias para terminar o ano. Tanto na área política como na área econômica, não haverá novidade até o final do ano. Não há tempo hábil para aprovar e implementar qualquer medida de impacto. O Congresso Nacional, vai entrar em recesso no dia 17 do próximo mês e só retornará à sua atividade normal à partir do dia 1º de fevereiro do próximo ano. Enquanto isto, o País continua a descer ladeira abaixo!
Até o final do ano, não será votado o pedido de impeachment da Dilma, mesmo que prospere o acatamento do pedido pelo presidente da Câmara dos Deputados. Se houver aceitação do pedido, este vai para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para a análise e votação do parecer do relator. O parecer, na melhor das hipóteses, será votado em fevereiro do ano que vem. Se o parecer for favorável ao impeachment, a votação pelo plenário da Câmara dos Deputados ocorrerá no mês de março. Até lá, muitas águas vão rolar debaixo da ponte.
Quanto à cassação do Eduardo Cunha do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, em nada influi no front político. Os vetos da "pauta bomba" já foram apreciados. A aceitação ou não do processo de impeachment da Dilma, deverá ser encaminhado por qualquer que seja o presidente em exercício, na Câmara. A imprensa tem dado destaque para a briga ou acordão entre Dilma e Cunha, mas isto tem pouca importância na vida política e econômica do País. A agenda do País independe do Eduardo Cunha.
O Lula quer Henrique Meirelles como ministro de Fazenda da Dilma, no lugar do Joaquim Levy. Diante da possibilidade de ter de "engolir" o Meirelles na Fazenda, Dilma declara a manutenção do Joaquim Levy como principal articulador econômico do seu governo. Até quando a Dilma vai manter esta posição, não sabemos. Dilma é esquizofrênica incurável. Não se pode garantir atitude da Dilma além do dia de hoje. O País já se acostumou com multipolaridade do seu pensamento. Tudo depende da "fantasma" que rondou nos corredores do Palácio da Alvorada.
Feito as considerações preliminares, vamos aos fatos concretos. Baseado em números apresentados pela economia até outubro deste ano, podemos, não só fazer projeção até o final deste ano, mas fazer prognóstico do quadro da economia nos próximos 12 meses. Vamos deixar claro, que a projeção está baseado em manutenção da Dilma na presidência da República e Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Mas, vamos partir deste pressuposto.
Inflação.
Já está certo que a inflação oficial, IPCA, deverá fechar o ano de 2015 em dois dígitos (10% ou acima). O índice de inflação está entrando numa escala perigosa de dois dígitos. Podemos considerar que, se não forem tomadas medidas duras de combate à inflação, a inflação do próximo ano deverá acelerar ainda mais, podendo facilmente chegar nos 15%. Inflação oficial, IPCA, de 15%, com certeza absoluta a inflação do bolso deverá bater os 50% nos próximos 12 meses. O quadro será semelhante ao que vivemos no Plano Cruzado do Sarney.
Dólar.
O governo poderá tentar segurar a inflação, retornando à antiga fórmula de "valorização" do real. O Banco Central tem mecanismos que permitem manipular a cotação do dólar. A política de "valorização" ou "desvalorização" do real está sendo executado pelo Banco Central com emissão de "swap cambial tradicional" e ou com remuneração de juros reais dos títulos do governo, Selic. Estou apostando que, o Banco Central, vai intervir para "valorização" ou "apreciação" do real perante dólar, contrariando à expectativa do mercado. As últimas intervenções mostra que o teto do dólar comercial é de R$ 4, num claro sinal de controle da moeda pelo Banco Central.
Selic.
Na próxima reunião do COPOM, a taxa Selic deverá manter-se em 14,25% ou com ligeira alta, passando para 14,50%. Diante da expectativa de inflação de dois dígitos (10% ou mais), o Banco Central, ainda dentro da política econômica equivocada, deverá aumentar a taxa Selic para 15% já na primeira reunião do COPOM em 2016. A política econômica equivocada de pagar juros reais de 5%, só faz crescer o estoque da dívida pública federal. O estoque da dívida pública federal bruta no final do ano de 2016, deve fechar em R$ 5 trilhões. Lembrando que o estoque da dívida pública que o Banco Central vem anunciando se refere ao estoque da dívida pública federal, líquida. O último número do estoque da dívida pública líquida anunciado pelo Banco Central foi de R$ 2,8 trilhões.
Desemprego.
Segundo IBGE, o número de desempregado no mês de outubro atingiu 8,9 milhões de trabalhadores. Lembrando que no índice do IBGE não conta o desempregado com menos de 30 dias desempregado e nem conta com os trabalhadores no "seguro desemprego". No primeiro caso soma cerca de 2 milhões de trabalhadores e trabalhadores no seguro desemprego soma cerca de 9 milhões. Somado tudo, o número efetivo de desempregados soma cerca de 20 milhões ou próximo de 20% da força de trabalho da população que é de aproximadamente 100 milhões.
A esse número de desempregado efetivo, 20 milhões, no próximos 12 meses deve somar mais 10 milhões. A situação se configura como "crise social" (critério subjetivo), com 30 milhões de desocupados no País.
PIB.
O próprio governo já admite a retração da economia para este ano em 3,1% do PIB. Não há nenhuma sinalização que justifique a mudança neste quadro da economia para próximos meses. O próximo ano, se não houver um "plano emergencial" de recuperação da economia, deverá fechar com a retração, novamente, em 3% do PIB ou mais. Com Dilma e Levy, certamente não haverá medidas que vise crescimento sustentável do País. Eles são muito fracos em macro economia. Ambos, são fugidos da escola!
Espero que os números apresentados aqui sirvam como indicativos para o planejamento do ano que vem, seja em nível empresarial ou em nível privado de cada um dos leitores. As minhas projeções para este ano, todos se confirmaram, dentro da margem de erro. Escrevi em 20/2/2015: É inexorável estagflação em 2015 . Vale a pena conferir, para sentir segurança nos números apresentados aqui.
Ossami Sakamori

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