segunda-feira, 5 de maio de 2014

Inflação ganha força, mas o PT não gente competente para debelar a inflação.

Com a campanha eleitoral nas ruas, o governo está se preparando para blindar ao máximo a presidente Dilma Rousseff, em queda nas pesquisas de intenção de voto. Agora, aclamada pelo PT como candidata do partido — uma forma de enterrar o movimento “volta, Lula” —, ela enfrentará uma pedreira para convencer o eleitorado que merece ficar mais quatro anos do Palácio do Planalto.
Na área econômica, não haverá trégua. A próxima semana começará com dados ruins da produção industrial de março, mas o pior está marcado para a sexta-feira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a inflação de abril. As projeções apontam para uma taxa elevada, que dará munição de sobra para a oposição bombardear o governo. Nas contas do Banco Santander, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 0,81%. Com isso, a alta acumulada em 12 meses cravará 6,43%, encostando no teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,50%.
Os principais adversários de Dilma encontraram na inflação resistente — desde que a petista tomou posse, o índice médio tem sido de 6% — o principal ponto fraco dela. Tanto Aécio Neves (PSBD) quanto Eduardo Campos (PSB) têm vociferado que a atual administração foi leniente no combate à carestia, punindo, sobretudo, a população mais pobre.

O ataque tem sido tão forte que a presidente usou um pronunciamento em rede nacional de tevê para rebater as críticas e, por tabela, adoçar a boca de parte do eleitorado, ao reajustar em 10% os benefícios do Bolsa Família e antecipar a correção da tabela do Imposto de Renda de 2015 em 4,5%. Na avaliação dos especialistas, a jogada de marketing de Dilma pode até trazer algum resultado positivo para a campanha à reeleição a curto prazo. Mas a realidade se imporá, pois não há perspectiva de recuo forte da inflação nos próximos meses.
O aumento do Bolsa Família não cobre a carestia acumulada nos últimos meses e não será suficiente para devolver aos carrinhos dos supermercados os produtos que os brasileiros beneficiados pelo programa do governo tiveram que tirar. Sendo assim, os marqueteiros de Dilma podem ir preparando um novo pacote de bondades para garantir votos
O que a presidente anunciou, mesmo ao custo de minar de vez o ajuste fiscal, é muito pouco perto do estrago que o governo fez no orçamento das famílias ao acreditar que uma inflação um pouco mais elevada ampliaria o ritmo de crescimento da economia. As pesquisas de intenção de voto estão mostrando que Dilma errou feio.

Mercado ouriçado
» Por falar em produção industrial, está todo mundo ouriçado para a primeira revisão metodológica, desde 2002, da pesquisa feita pelo IBGE. O governo acredita que, com a incorporação de novos produtos e empresas, os números tenderão a ser mais favoráveis, ajudando, inclusive, a elevar o Produto Interno Bruto (PIB). Os analistas mantêm o ceticismo.
Boquinha em risco
» A possibilidade cada vez mais real de a presidente Dilma Rousseff não ser reeleita em outubro próximo está tirando o sono de milhares de pessoas da Esplanada dos Ministérios. Com o forte aparelhamento da máquina pelo PT, muita gente se deu bem ao assumir cargos com ótima remuneração, mesmo não tendo competência para ocupá-los. A perspectiva é de que, com a eventual vitória da oposição, vários dos que se aproveitaram do apadrinhamento político cortem um dobrado para manter o padrão de vida se tiverem de retornar à iniciativa privada.
Burocracia digital
» Quem tenta entrar nos blocos da Esplanada dos Ministérios, atualmente, tem que fazer o registro não só de notebooks, mas também de tablets. E não basta descrever o aparelho. É preciso informar o número de série, o que, no caso de alguns modelos, exige que os aparelhos sejam ligados. Já na eventualidade de o visitante carregar uma mala cheia de dinheiro, entrando ou saindo dos prédios, não terá problemas. Mesmo porque essas pessoas tendem a usar a entrada privativa, reservada a ministros, funcionários de alto escalão e visitantes ilustres.
Tesoureiro de campanha
» Durante debate entre Aécio Neves e Eduardo Campos, ontem, em Comandatuba, Bahia, o presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), João Doria Jr, aproveitou o anúncio da arrecadação de mais de R$ 2 milhões ao Instituto Ayrton Senna para se oferecer, em tom de brincadeira, à função de tesoureiro da campanha do tucano. Foi ovacionado.
*http://www.dzai.com.br/nunes/blog/blogdovicente?tv_pos_id=151988

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