sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dirceu, de Chefe de Quadrulha a "injustiçado"


Foto:Vagner Campos/ Futura Press
Dirceu: o chefe da quadrilha se diz 'injustiçado'
Apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe da quadrilha dos mensaleiros, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu tenta convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de que é uma espécie de "bode expiatório" e que o Ministério Público Federal quer condená-lo pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha apenas para que ele sirva de “exemplo” à classe política.
O julgamento do maior escândalo de corrupção da história da República brasileira começará em agosto.
De acordo com a denúncia, Dirceu foi o mentor do esquema de compra de votos e, utilizando-se de sua posição no governo e da liderança que exercia sobre o núcleo político, foi quem determinou as ações necessárias para o sucesso das operações.
A defesa do ex-ministro, coordenada pelo criminalista José Luís de Oliveira Lima, tenta desqualificar o Ministério Público - e, por meio de declarações de petistas graduados, tenta limpar a imagem de Dirceu diante do STF.
Os advogados do ex-ministro rechearam a defesa de frases de petistas que saíram em defesa de Dirceu à época do escândalo.
Até mesmo a presidente Dilma Rousseff é citada.
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Fatos - Em seu depoimento, o operador do esquema, Marcos Valério, contou que, segundo Delúbio Soares, o então ministro José Dirceu e o então secretário do PT Silvio Pereira tinham conhecimento e davam garantia aos empréstimos que seriam forjados entre as empresas do publicitário e o partido.
Em seu depoimento, Roberto Jefferson disse que todos os acordos entre os partidos tinham que ser ratificados pela Casa Civil de José Dirceu, "presidente de fato " do PT.
Para a Procuradoria-Geral da República, uma das mais relevantes evidências do envolvimento de Dirceu é uma reunião realizada na Casa Civil entre Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares e o presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Ricardo Espírito Santo.
Antes desse encontro, Marcos Valério, Rogério Tolentino e Emerson Palmieri – também integrantes de quadrilha – haviam feito uma viagem a Portugal para se reunir com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta.
O objetivo da comitiva era conseguir recursos para cobrir dívidas do PT e do PTB.
Durante as conversas, foi levantada a possibilidade - não concretizada - de a Portugal Telecom fazer uma doação de 8 milhões de euros.
José Dirceu acompanhou as negociações do grupo Portugal Telecom, com a intervenção do Banco do Espírito do Santo, para a aquisição da Telemig.
Outro fator que denuncia a relação entre Dirceu e Marcos Valério são os favores concedidos pelo publicitário ao ex-ministro.
Valendo-se de sua influência junto aos bancos Rural e BMG, Valério atendeu a interesses da ex-mulher de Dirceu, Maria Ângela Saragoza, que queria vender seu imóvel, obter um empréstimo e arrumar um emprego.
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*Leia mais no texto de Laryssa Borges na Veja

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