A Petrobras é a petroleira mais desvalorizada do mundo na Bolsa. Por desvalorizada entenda-se o "desconto" que o investidor pede no preço das ações em relação àquilo que a companhia declara valer pelo seu conjunto de ativos -caixa, prédios, plataformas, reserva de petróleo, contratos, contas a receber etc.
No caso da Petrobras, esse "desconto" é de 30% --é negociada na Bolsa a 70% do seu valor patrimonial.
É a quarta empresa mais "descontada" entre as cem maiores do mundo, segundo a Bloomberg. Fica atrás só das japonesas NTT e Japan Tobacco e da russa Gazprom, companhias em sérias dificuldades em seus negócios.
Na contabilidade, o valor patrimonial é a soma de tudo o que a empresa tem, sem aferição de vantagens competitivas como posição monopolista no mercado, reputação e know-how conquistados.
O valor de mercado inclui esse "algo a mais" das ações, que aparece como custo de oportunidade quando uma empresa é vendida.
"É uma coisa anômala. Significa que o mercado coloca em dúvida se os ativos da Petrobras valem tudo isso", disse Marta Pelucio, professora de contabilidade da Fipecafi.
Para ela, quando há esse tipo de desconfiança, a empresa deve fazer testes para verificar se sua avaliação está correta e explicar por que é diferente da do mercado.
Para Erick Scott, analista da corretora SLW, dificilmente a Petrobras conseguiria hoje levantar dinheiro no mercado com a venda de ações, como fez em outubro de 2010.
À época, a estatal captou R$ 120 bilhões --sendo R$ 74,8 bilhões do governo por meio da cessão de petróleo.
"Não entendo como a Petrobras pode valer o mesmo que a colombiana Ecopetrol, que é um quarto dela", diz Will Landers, da Blackrock.
Nesta quarta-feira (27), a Ecopetrol valia US$ 114,6 bilhões, e a Petrobras, US$ 113,9 bilhões.
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