domingo, 18 de março de 2012

A educação, o Fies e a lei do supermercado

Leio na Folha de São Paulo o seguinte. Volto em seguida:
O Ministério da Educação informou que as denúncias contra o grupo educacional Uniesp poderão levar ao fechamento das faculdades. Já a Polícia Federal deve apurar o caso civil e criminalmente. Conforme a Folha revelou, a Uniesp fecha convênios com entidades religiosas, que indicam novos estudantes. Em troca, o grupo repassa 10% do que receber do Fies (financiamento estudantil federal) por indicado. O mesmo vale para bolsista do governo de SP. A Folha constatou ainda, com atendentes das faculdades, que a mensalidade para aluno do Fies é mais alta.A Uniesp nega os valores diferentes. Sobre repasses, diz que busca encontrar aluno pobre para atendimento.
É o fim da picada? Claro que é, pouco imposta se o convênio é com igrejas ou com monges budistas. O fato é que a Uniesp foi longe nessa prática. Encontrei no site da faculdade a seguinte página. Volto em seguida:
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Como se vê, promete-se uma grana, uma bufunfa — de R$ 300 a R$ 500 —, para um aluno que indica outro, mas só se for pelo Fies, entenderam? Fora do programa, nada feito. Por quê? A resposta é tristemente óbvia: porque é dinheiro do governo. A universidade decidiu “investir” parte da verba — que, inicialmente, é pública e depois vira dívida do estudante — numa forma enviesada de publicidade e marketing.

Um dia, caso os nossos “inteliquituais” restituam a vergonha acadêmica na cara, o bilionário esquema de repasse de verbas públicas para mantenedoras privadas será etudado e esmiuçado. E quem sabe alguém se lembre de verificar o que isso representou efetivamente de qualificação da mão de obra no Brasil.

Na era petista, as leis de mercado viraram uma espécie de… supermercado. Vai ver é por isso que aqueles “inteliquituais” petistas se mostram tão assanhados para entrar na campanha do “Fernando”…

*Por Reinaldo Azevedo

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