O governo vai reformular o modelo de financiamento público oferecido às empresas que disputarão a concorrência para a construção do trem-bala --linha férrea de 511 quilômetros que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. A informação é de Marcio Aith e Agnaldo Brito, em reportagem publicada na Folha.
O BNDES, originalmente incumbido de conceder um empréstimo no valor de R$ 20 bilhões, será, pelo novo modelo, um mero repassador de recursos. O governo, por meio do Tesouro, assumirá o financiamento. A mudança ocorre porque o BNDES, apesar de recente aporte de verba federal, não pode fazer empréstimo único nesse valor. A operação fragilizaria o banco, de acordo com as regras globais para prevenir a insolvência. Com a alteração, haverá um novo atraso na licitação. O objetivo inicial era lançar o edital em agosto para dar início às obras em 2010. Agora, é certo que a inauguração não virá antes da Copa do Mundo de 2014. Originalmente, estava previsto que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiaria 60% dos R$ 34,6 bilhões previstos pelo governo federal na construção do TAV (Trem de Alta Velocidade). O resto do dinheiro deveria vir de financiamento privado e de um capital próprio inicial, dos quais R$ 3,3 bilhões seriam investidos pelo governo --cerca de R$ 2,2 bi para desapropriações e outro R$ 1,1 bi através de uma empresa pública operadora-- e os outros R$ 7 bilhões do consórcio que vencesse a licitação para construir e operar o trem.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Tesouro vai bancar obra do trem-bala
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