O príncipe saudita Alwaleed Bin Talal, um dos homens mais
ricos do mundo e investidor em diversas empresas, foi preso neste sábado numa
operação anti-corrupção, parte de um xadrez político para fortalecer o poder do
Rei Salman.
O relato da prisão de Alwaleed é de agências sauditas.
Até as 22 hs (horário do Brasil), os grandes jornais americanos ainda não
haviam confirmado a informação.
Numa espécie de Lava Jato da nobreza, o Rei Salman bin
Abdulaziz prendeu hoje uma série de autoridades, incluindo 11 príncipes, quatro
ministros de Estado e dezenas de ex-ministros. Alwaleed estaria entre os
detidos.
E, num movimento que sinaliza instabilidade política,
Riad trocou também o ministro da Economia e as chefias da Guarda Nacional e da Marinha.
Alwaleed, que já foi chamado de 'o Warren Buffett árabe',
é um acionista histórico e relevante de empresas como o Citigroup, Apple, Fox e
Twitter, e tem amplas conexões com Wall Street.
Há dois anos, ele prometeu doar toda sua fortuna — US$ 32 bilhões, segundo ele mesmo —
ainda em vida,para ajudar a construir “um mundo melhor, de
tolerância, igualdade e oportunidade para todos,” e ajudar a eliminar a pobreza
e a fome nas comunidades mais necessitadas.
A operação anticorrupção deflagrada hoje se dá num
contexto mais amplo de reformas na Arábia Saudita, lideradas pelo príncipe
herdeiro Mohammad bin Salman, de 32 anos, que quer retornar a Arábia Saudita a
um “islã moderado e aberto ao mundo e às religiões.” Ele já afirmou que o
Estado ultraconservador que vigiu nos últimos 30 anos é ‘anormal'.
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