sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O chefe era o Molusco: Palocci diz que Lula acompanhava o repasse de propina da Odebrecht para o PT.


O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado na Lava-Jato por intermediar pagamentos de US$ 10 milhões da Odebrecht.
Reprodução
SÃO PAULO - Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou, na tarde desta quarta-feira, que havia um ‘pacto de sangue’ firmado entre Odebrecht e PT que resultou num pacote de propina de R$ 300 milhões. A informação foi antecipada em coletiva à imprensa pelo criminalista Adriano Bretas, que defende o ex-ministro. Bretas disse que parte das vantagens indevidas foram utilizadas para a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula. 

- O Emílio (Odebrecht) abordou (Lula) no final de 2010, não foi pra oferecer alguma coisa, doutor, foi pra fazer um pacto, que eu chamei de pacto de sangue. Que envolvia um presente pessoal que era um sítio, envolvia o prédio de um museu pago pela empresa, envolvia palestras pagas a R$ 200 mil, fora impostos, combinadas com a Odebrecht. Combinada para o próximo ano (2011) e envolvia uma reserva de R$ 300 milhões — afirmou Palocci, no interrogatório para Moro. 

— Eu ficaria surpreso também. Eu não estranhei a surpresa do presidente, mas ele não me mandou brigar com a Odebrecht. Ele mandou eu recolher os valores - afirmou.

Palocci também disse que havia uma divregência entre Emílio e Marcelo Odebrecht sobre o valor em dinheiro destinado. Segundo ele, Marcelo, no dia seguinte a uma reunião 

- Não é R$ 300 milhões, meu pai se enganou. R$ 300 é a soma daquilo que foi daddo comk o quye auinda tem disponível. E o pai, Emílio disse ao ex-presidenrte lula que R$ 300 milhões era o que estava disponível. Então havia entre eles uma divergência e eu conversei algumas vezes com o Marcelo sobre isso - recordou o ex-ministro petista. 

— Ele (Palocci) disse que havia um pacto de sangue no pacote de propinas que se desdobraria na compra do terreno para o Instituto Lula e num pacote de R$ 300 milhões em propina que seriam disponibilizados em planilha — disse o advogado do ex-ministro. 

Bretas afirmou ainda que Palocci admitiu a Moro que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos que culminaram com a compra do imóvel para o Instituto Lula. 

— Ficou claro que esse assunto do Instituto Lula foi deliberado por Paulo Okamoto, por José Carlos Bumlais e por Palocci - disse Bretas. 

O depoimento de Palocci foi prestado no âmbito da segunda ação que Lula é réu em Curitba no caso da compra do terreno em São Paulo e a de um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo. 
                    * Em O Globo

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