sábado, 22 de outubro de 2016

Eduardo Cunha dá sinais de acordo para fazer delação premiada.

Cunha contrata o criminalista Marlus Arns, que costurou os acordos de colaboração de ex-executivos da Camargo Corrêa.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou o advogado Marlus Arns, que atuou no acordo de delação premiada de empresários na Operação Lava-Jato. Ao deixar a sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba ontem, após visitar o ex-deputado, o criminalista Marlus Arns afirmou, no entanto, que delação premiada ‘não foi tema de conversa’. 

Cunha passou a noite sozinho em uma cela de 12 metros quadrados e, pela manhã, foi levado ao IML da capital paranaense para exame de corpo de delito. O político entrou no local escoltado por policiais federais fortemente armados e encapuzados, diferentemente da véspera, quando os agentes que acompanharam o ex-deputado chamaram a atenção pelo visual descontraído. O deputado cassado vestia terno cinza e camisa social, sem gravata. Ao descer da viatura, cumprimentou as dezenas de jornalistas e cinegrafistas com um “bom-dia para vocês”. O exame durou oito minutos. Ao sair, Cunha comentou em voz baixa sua prisão: “É uma decisão absurda”.
O ex-deputado contratou três escritórios para sua defesa, entre eles o de Marlus Arns. O advogado vai entrar com habeas corpus em favor do cliente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que mantém jurisdição sobre a 1ª instância da Lava-Jato, em Curitiba – todos os recursos e outras medidas contra atos do juiz federal Sérgio Moro são submetidos ao TRF4.
Arns costurou os acordos de colaboração dos executivos Dalton Avancini, Eduardo Leite e Paulo Augusto Santos, da Camargo Corrêa, e do empresário João Bernardi Filho, todos investigados na Lava-Jato. Bernardi Filho foi o primeiro ex-executivo da Odebrecht a fechar acordo de delação premiada com a Lava-Jato, em outubro do ano passado.
Marlus também é responsável pela defesa técnica de Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha. A jornalista, acusada de lavagem de dinheiro, também é representada pelo criminalista Pierpaolo Bottini. Segundo denúncia do Ministério Público, Cláudia teria evadido cerca de US$ 1 milhão por meio de contas secretas no exterior abastecidas por seu marido com dinheiro da corrupção na Petrobras.
Ainda no universo da Lava-Jato, Marlus fez a defesa técnica de Ivan Vernon, ex-assessor parlamentar do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), de Valério Neves – ligado ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF) –, e de João Cláudio Genu, assessor do então deputado do PP José Janene (morto em 2010), apontado como o mentor do esquema de cartel e propinas na Petrobras.

*http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/10/21/interna_politica,816285/eduardo-cunha-da-sinais-de-acordo-para-fazer-delacao-premiada.shtml

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