sábado, 17 de setembro de 2016

Entrevista com Rui Palmeira, candidato a Prefeito de Maceió.

O candidato à reeleição, Rui Palmeira (Crédito: Assessoria)
O site EXTRA ALAGOAS publicará a cada sábado e domingo entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Maceió. A ordem das entrevistas foi decidida por sorteio gravado e encaminhado às assessorias dos candidatos. A entrevista deste sábado, 17, é com o candidato à reeleição, Rui Palmeira (PSDB) . Confira!
Extra Alagoas - Qual o setor mais crítico de Maceió, na sua opinião? O que faria para reverter essa situação?
Rui Palmeira: Um dos setores mais críticos do poder público, seja em Maceió, em Alagoas ou no Brasil, é a área de Saúde, onde conseguimos avançar, apesar da situação caótica em que encontramos o Município, com uma dívida de quase R$ 150 milhões com fornecedores e prestadores de serviço e R$ 23 milhões de débitos previdenciários, postos de saúde em situação irregular e sem infraestrutura. Mas avançamos, mesmo com a crise financeira nacional e o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Nomeamos 1.600 servidores concursados para a Saúde, reformamos 32 unidades de saúde, fizemos reforma estrutural em seis blocos do PAM Salgadinho, criamos três UDAS – Unidades Docentes Assistenciais –, em parceria com três faculdades privadas. Maceió era a única capital do Nordeste que não tinha UPA e abrimos duas UPAs. E até o final deste ano, vamos entregar onze novas unidades de Saúde. Mas a Saúde no Brasil padece de um problema crônico chamado subfinanciamento da Tabela SUS, que está defasada há 20 anos. Para se ter uma ideia, em 1994, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criou o Programa Saúde da Família (PSF), o governo federal repassava R$ 9.600 por equipe, valor que garantia a cobertura de 100% desse trabalho. Hoje o valor repassado é de R$ 10.200 por equipe, que custa em média R$ 54 mil, e os municípios têm que se virar para fechar essa conta. A revisão da Tabela SUS, que afeta todos os procedimentos, tem que ser feita urgentemente para que possamos melhorar as condições da Saúde Pública no Brasil, oferecendo um atendimento de maior qualidade à população. Nesta gestão, nós resgatamos a credibilidade da Prefeitura, estamos legalizando os postos de Saúde, trouxemos a Rede Cegonha, que dá mais dignidade às nossas gestantes. Os avanços foram muitos e vamos seguir em frente, com mais dez postos de Saúde e mais uma UPA no Jacintinho.
EA - Como avalia a sua gestão?
RP: De modo geral, estamos fazendo um bom trabalho. Construímos dez mil moradias e melhoramos os indicadores educacionais, com o crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e a redução do analfabetismo. Requalificamos equipamentos públicos de educação, saúde, lazer e assistência social, com a construção de dez novos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), reestruturação de 12 grandes escolas, reforma e construção de novas unidades de saúde e ampliação da cobertura assistencial. Reestruturamos o parque de iluminação pública, ampliamos o sistema de mobilidade urbana, com a abertura de novas vias e obras de drenagem e pavimentação que melhoram a qualidade de vida das comunidades. Também melhoramos o sistema de transporte público. Nesse segmento, conseguimos fazer a primeira Licitação do Transporte Público Coletivo de Maceió, regulamentando um setor que antes operava sem contrato e não tinha, portanto, nenhum compromisso com a qualidade do serviço prestado. Nossa gestão atravessou uma das mais graves crises institucionais e financeiras da vida política nacional, o que dificultou o repasse de recursos federais. Mas, apesar disso, temos orgulho de dizer que fizemos um trabalho transparente, com respeito e responsabilidade na administração dos recursos públicos.
EA - Qual a proposta para melhorar o transporte público em Maceió?
RP: Já avançamos com muitas melhorias no transporte público e mobilidade urbana em Maceió. Realizamos a licitação, inédita na cidade, e a população já conta com 80 novos ônibus com duas vagas para cadeirantes. Esse número deve chegar a 150 até o final do ano. Implantamos a Faixa Azul nos corredores Fernandes Lima/Durval de Góes Monteiro e Gustavo Paiva/Dona Constança, uma medida simples que melhorou a vida dos maceioenses que usam o transporte público para se locomover. Construímos dois terminais de ônibus e reformamos 18 já existentes. Como parte de nossa proposta para avançar mais em mobilidade e benefícios para o transporte público e o trânsito de Maceió, construímos importantes vias de integração, como a Josepha de Mello e a Pontes e Miranda e vamos levar a Faixa Azul para a Avenida Gustavo Paiva. Dentro das ações do Programa Nova Maceió, iremos construir as Avenidas Jefferson de Lima Araújo e Topógrafo Hermes para desafogar o trânsito na parte alta da cidade, onde já construímos as avenidas Paulo Holanda e Manoel Affonso e estamos construindo a Ecovia Norte. Outro importante projeto nosso é a nova Via Lagunar, com 3,4 km de extensão.
EA - Com a crise financeira nacional, vários estabelecimentos fecharam as portas em Maceió. O que fazer para manter as atuais e atrair novas empresas para a cidade?
RP: A crise que afeta a atividade econômica em Maceió é reflexo dos problemas político-institucionais e financeiros que se abateram sobre o país. Apesar das dificuldades, temos trabalhado para atrair investimentos e postos de trabalho para Maceió. De forma direta, a Prefeitura investe na qualificação de famílias de baixa renda e no fomento à inclusão produtiva e ao empreendedorismo, por meio do fortalecimento dos grupos de economia solidária, para a geração de emprego e renda.  
EA - Como melhorar o segmento do turismo na capital em meio a tantas adversidades, como esgoto jogado ao mar, insegurança na orla, falta de qualificação para atender os turistas, entre outras?
RP: O combate às línguas sujas é uma marca de nossa gestão, que se destaca pelo trabalho contra o esgoto clandestino, por meio da autuação de estabelecimentos comerciais, empreendimentos imobiliários e órgãos públicos envolvidos no lançamento de efluentes nas galerias de águas pluviais. Um dos nossos principais investimentos para conter esse problema é a construção do sistema de drenagem da orla, que já está em andamento, com a implantação de 11 estações elevatórias ao longo da orla da Pajuçara à Jatiúca. Estamos sempre trabalhando para melhorar a cidade para o maceioense e o turista, com a requalificação de espaços públicos, a implantação de wi fi na orla e praças e a melhoria da limpeza urbana e da iluminação pública. Mas vamos melhorar ainda mais. Uma de nossas propostas é a realização do Primeiro Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo de Maceió, que inclui a qualificação dos prestadores de serviços turísticos e o desenvolvimento de novos produtos turísticos.
EA -  Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 37% da população de Maceió têm coleta de esgoto. Por que é investido tão pouco em saneamento básico? O que fazer para melhorar esse índice?
RP: Estamos trabalhando para ampliar a cobertura dos serviços de saneamento em Maceió. A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) tem a concessão do serviço de saneamento do Município de Maceió, que atualmente tenta, na Justiça, conter a prática de subsídio cruzado, obrigando a companhia a ampliar o serviço prestado em Maceió, investindo o que é arrecadado na capital, que hoje banca a maior parte da operação da Casal no Estado, exclusivamente em benefício do próprio Município. Implantamos o Projeto de Drenagem da Orla, com a construção, em andamento, de 11 estações elevatórias para drenagem de águas pluviais, minimizando as línguas sujas na praia. Intensificamos o combate aos esgotos clandestinos. Com o Programa Nova Maceió, vamos ampliar em 37% a rede de saneamento com drenagem e pavimentação em 10 bairros. Vamos intensificar a fiscalização e combate ao esgoto clandestino, eliminando o lançamento de esgoto nas praias. 
EA - Quais as propostas para a Saúde? O problema crônico de Maceió é a saúde pública. Por que o descaso com esse setor tão primordial?
RP: Não há descaso com a Saúde em Maceió. Como já foi dito, a Saúde é uma área com problemas crônicos em todas as esferas, incluindo a estadual e a federal. Mas apesar das dificuldades, temos trabalhado para ofertar o melhor serviço à população maceioense. Expandimos a rede de atendimento à população, com a construção e reforma de unidades de saúde, a exemplo do PAM Salgadinho. Entregamos duas UPAs, no Benedito Bentes e no Trapiche, três Unidades Docentes e qualificamos o transporte dos pacientes da hemodiálise, com aquisição de dez novas vans. Vamos construir 10 unidades de saúde e a comunidade do Jacintinho ganhará uma UPA. Não há descaso. Temos enfrentado as dificuldades com determinação para oferecer um atendimento de qualidade à população.
EA -  E quanto à Educação? Como diminuir o analfabetismo e melhorar a qualidade de ensino em Maceió?
RP: A Educação é uma área fundamental. Temos muito orgulho do que já avançamos, com a conquista do ensino em tempo integral e do avanço para 4,1 do Ideb e vamos realizar ainda mais. Construímos dez creches, fortalecendo a educação infantil e melhorando a vida das mães que trabalham. Temos ainda outras cinco com as obras em andamento. É importantíssimo termos essas unidades, pois com crianças nas creches, os pais podem sair para trabalhar e garantir o sustento das famílias, deixando as crianças em segurança. Essas creches possuem uma estrutura que garante o desenvolvimento dos alunos e melhores condições para os profissionais. Em 12 escolas da rede, executamos reformas que foram verdadeiras reconstruções, visto que muitas delas existem há décadas e nunca haviam passado sequer por manutenção. As outras escolas e creches também receberam intervenções. Entendendo a importância da Educação para o desenvolvimento da nossa cidade, vamos entregar 20 novas creches e dois centros de Educação Integral.
EA - Maceió está entre as capitais mais violentas do país. Assaltos a ônibus, residências, no trânsito e nas ruas são constantes. Qual o papel do gestor municipal para coibir a violência?
RP: O papel do Município, no âmbito da segurança, é garantir políticas públicas capazes de prevenir a violência. A Prefeitura tem cumprido seu papel nessa prevenção, assegurando o investimento integral na Educação municipal. Também contribuímos com a segurança pública quando qualificamos os espaços públicos de convivência e quando investimos em iluminação pública de qualidade, estimulando a população à prática de atividades de lazer e esporte. Da mesma forma, quando instalamos sistema de videomonitoramento e de bilhetagem eletrônica nos ônibus urbanos, tirando o dinheiro de circulação nos coletivos, estamos fazendo nossa parte na prevenção da violência e na segurança dos maceioenses.  
EA - Considerações livres
RP: Temos certeza que os maceioenses vão comparar os projetos e ver que hoje nós somos o melhor para Maceió. Nosso povo não aceita mais o velho jeito de fazer política. Fizemos muito, mas sabemos que precisamos avançar ainda mais. E avançaremos com propostas reais, com planejamento, com responsabilidade na gestão do dinheiro público. Vamos em frente!
José Fernando Martins, em Novo Extra_Alagoas

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