Jucá, Renan e Eduardo Cunha, na mira de Janot.
Renan
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República José Sarney
(PMDB-AP).
A
informação sobre os pedidos de prisão de Renan, Jucá e Sarney foi publicada na edição desta terça do jornal "O
Globo" e
confirmada pela TV Globo. Já a solicitação para prender Cunha foi divulgada
pelo Bom Dia Brasil.
O chefe do
Ministério Público pede a prisão dos quatro peemedebistas por suspeita de eles
estarem tentando obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Os pedidos de
prisão estão, há pelo menos uma semana, sobre a mesa do ministro do Teori Zavascki, relator da Lava Jato no
STF. No caso de Sarney, por causa da idade, ele ficaria em prisão domiciliar
monitorado por tornozeleira eletrônica.
No caso de
Cunha, segundo a TV Globo, o Ministério Público alegou que a decisão do Supremo
de afastá-lo da presidência daCâmara e
do mandato de deputado federal não surtiu efeito e o parlamentar teria
continuado interferindo no comando da Casa.
A
reportagem de "O Globo" afirma que, além de pedir a prisão de Renan,
Janot solicitou ainda à Suprema Corte que ele seja afastado da presidência do
Senado.
Em nota
divulgada por sua assessoria, Renan classificou de "desarrazoada,
desproporcional e abusiva" a solicitação de prisão. No mesmo comunicado,
ele disse reafirmar que "não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser
interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça" (leia a
íntegra da nota ao final desta reportagem).
Também por
meio de nota, Romero Jucá disse considerar "absurdo" o pedido de
prisão, falou que não teme nada e afirmou que apoia qualquer tipo de
investigação. Jucá ressaltou ainda que lamenta "este tipo de vazamento
seletivo" que, segundo ele, "expõe as pessoas sem nenhum tipo de
contraditório" (leia a íntegra ao final da reportagem).
A defesa de
José Sarney disse que é "inacreditável" que os advogados dos
interessados não tenham acesso às delações que estão em todos os jornais. O
advogado do ex-presidente ressaltou ainda que Sarney, em momento algum, tentou
interferir na Lava Jato.
Procurado
pelo G1, Eduardo Cunha disse que não conhece o teor do pedido
de prisão e que só iria comentar o assunto depois de tomar conhecimento.
Renan,
Jucá e Sarney
A alegação da PGR de que Renan, Sarney e Jucá estariam agindo para barrar a Lava Jato se baseia, segundo o jornal "O Globo", na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ainda de acordo com a reportagem, os áudios trazem indícios de que os três peemedebistas queriam limitar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
A alegação da PGR de que Renan, Sarney e Jucá estariam agindo para barrar a Lava Jato se baseia, segundo o jornal "O Globo", na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ainda de acordo com a reportagem, os áudios trazem indícios de que os três peemedebistas queriam limitar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Na visão do
Ministério Público, Renan, Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as
investigações da Lava Jato.
Entre as
ações dos três caciques do PMDB nesse
sentido estão, segundo a Procuradoria Geral da República, a tentativa de mudar
a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda
instância; a tentativa de mudar a lei para permitir delação premiada apenas
para pessoas em liberdade, e não para presos investigados; e também uma pressão
dos três para que acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar todas as
investigações.
*Via Portal G1
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