sexta-feira, 27 de março de 2015

Empresa pagadora de propina na Copa, recebeu R$ 33 milhões do Governo Federal.

A empresa alemã de engenharia e serviços Bilfinger, suspeita de pagar R$ 70 milhões em propinas para obter contratos na Copa, deve ser investigada.
Nos últimos anos, a empresa recebeu mais de R$ 33 milhões do governo federal, em contratos de fornecimento de monitores para os centros de segurança da Copa em 12 capitais.
De acordo com levantamento do Contas Abertas, a Bilfinger recebeu R$ 10,6 milhões em 2013, R$ 21,2 milhões em 2014 e, nos primeiros meses deste ano, já foram R$ 1,4 milhão. O maior contratante foi a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, que pagou R$ 22,5 milhões em todo o período pesquisado.
O Ministério da Justiça informou que outros 15 órgãos e empresas federais, estaduais e municipais aderiram à ata de registro de preços para fechar esses contratos. Contudo, segundo a Pasta, a aquisição de monitores foi auditada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e nenhuma ilegalidade foi identificada.
O pedido de investigação do Ministério surgiu após denúncia de má conduta administrativa da empresa publicada pelo jornal alemão “Bild”. Nela, aponta-se que a empresa pagou propina a funcionários públicos brasileiros para fechar contratos de monitoramento de segurança do mega evento, ocorrido no ano passado.
Segundo a reportagem, a própria empresa está investigando as suspeitas de repasse, que atingiram cerca de R$ 20 milhões de euros. Do que já foi apurado, a investigação chegou a funcionários públicos, políticos brasileiros e a Fifa como receptores da propina.
O Ministério da Justiça já pediu apurações à Polícia Federal, TCU, Controladoria-Geral da União (CGU) a fim de conseguir mais informações sobre a empresa. “A secretaria tem esse único contrato de R$ 24 milhões e se ouve falar nessa propina que ultrapassaria em muito o valor desse contrato. Então, o que reafirma a importância, a análise dos órgãos de controle, da Polícia Federal por meio de inquérito policial, é para apurar a extensão desses fatos”, declarou, ao Jornal Nacional da TV Globo, o secretário da Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos da pasta, Andrei Augusto Rodrigues.
Também em nota para o jornal, a Bilfinger disse que as suspeitas são concretas, mas que as investigações não terminaram. Ainda não se sabe quem teria recebido o dinheiro nem o valor pago. Se confirmadas as denúncias, a empresa afirma que irá adotar medidas legais. A Bilfinger ainda informa que o custo para equipar os centros de segurança da Copa foi de 6 milhões de euros, R$ 21 milhões. Já a Fifa informou que os centros de segurança nas 12 cidades-sede eram projetos dos governos locais. Nem a Fifa nem seus funcionários estiveram envolvidos com tais contratos. (Informações de Contas Abertas)

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