Mesmo com O ABJETO
PARLAPATÃO, Padilha não consegue atrair atenção de metalúrgicos em fábrica do
ABC.
Nem mesmo jogando em casa, com seu principal astro em campo e
com o apoio de uma massa organizada de mais de 300 militantes e apoiadores, o
ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), candidato a governador, conseguiu
atrair a atenção dos eleitores. Na tarde desta terça-feira, ao lado do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista fez campanha na porta de uma
montadora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Grande São Paulo, e não
conseguiu a adesão dos cerca de quatro mil metalúrgicos que saíam de um turno
de trabalho.
Entre os petistas o desânimo é visível.
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, criticou a baixa arrecadação da
campanha do ex-ministro.
Não é de hoje que o desempenho de Padilha preocupa os
petistas. Em junho, lideranças da legenda já temiam pelo baixo desempenho do
candidato escolhido por Lula para disputar a sucessão estadual. A análise do PT
é que se ele continuar mal em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff (PT) terá
mais dificuldade para reverter o quadro de rejeição no estado, que ultrapassou
os 40% nas últimas pesquisas.
Os petistas estão debruçados sobre as últimas pesquisas
eleitorais, como o Ibope divulgado no dia 30 de julho, que deu 5% para Padilha
e mostra Dilma em queda no estado.
Na programação oficial do ato político, militantes estariam
desde as 14h na porta da unidade da Ford de São Bernardo, às margens da Rodovia
Anchieta, fazendo panfletagem. Às 16h, Padilha e Lula chegaram a porta da
fábrica, onde aguardariam a saída dos trabalhadores prevista para o mesmo horário.
Em seguida, discursariam.A organização saía como planejado
até que um problema no carro de som obrigou Lula e Padilha a desistirem de
ficar em cima do veículo, e os obrigou a ir para dentro da fábrica fazer o
corpo a corpo com os trabalhadores.
Durante o ato, o som foi restabelecido, mas voltou a falhar.
Apesar da presença da principal estrela do PT, os trabalhadores não esperaram
para o discurso final e foram embora da fábrica antes que o ex-ministro e Lula
discursassem.
Organizadores minimizaram a debandada justificando que os
trabalhadores estavam cansados e foram embora para não perder as conduções que
os aguardavam. Acostumado a comandar multidões nos anos 1970 e 1980 na portas
das montadoras do ABC Paulista, Lula criticou:
— Da próxima vez temos que pedir ao sindicato que convoquem
uma assembleia para os trabalhadores ficarem. E arrumar um carro de som melhor
também. Eles não estavam conseguindo nos ouvir — disse Lula, que não quis falar
com a imprensa, e completou:
— Falam que eu gosto de um poste. Vou dar luz a este poste — disse o
ex-presidente, em referência à Padilha.
Uma das táticas adotadas pelo PT para tentar tirar da inércia
a campanha de Padilha é intensificar a presença do ex-presidente Lula na sua
campanha e "reconquistar" os votos da base sindical da legenda. O PT
conta com prefeituras importantes no chamado cinturão vermelho da Grande São
Paulo: São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Osasco e Guarulhos, com mais
de três milhões de eleitores.
Militantes de Padilha abandonam placas e cavaletes antes de
evento de ex-ministro com Lula no ABC
Ainda derrapando nas pesquisas, o ex-ministro da Saúde e
candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha (PT), estará nesta
terça-feira na porta da montadora da Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC
paulista, Grande São Paulo, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Duas horas antes do evento, a campanha abandonou placas e cavaletes com a
imagem dos petistas e da presidente Dilma Rousseff (PT) pelas ruas da região
desrespeitando a legislação eleitoral, que determina a presença de um militante
tomando conta de cada placa.
* Por RENATO ONOFRE - Em O Globo
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