domingo, 27 de julho de 2014

General Venezuelano detido em Aruba por vínculo com o narcotráfico.

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Hugo Carvajal foi detido no aeroporto internacional Rainha Beatriz, em Aruba.
Que o regime chavezista sempre mexeu com o tráfico de drogas e sempre foi parceiro das FARC colombiana, todo mundo já sabe, mas se ainda restava alguma dúvida, a prisão do principal general reformado do “socialismo bolivariano”, Hugo Carvajal, ex-diretor da Inteligência Militar do regime de Hugo Chávez Frías e um dos homens mais temidos da Venezuela, na tarde de quarta feira última no Aeroporto Internacional Rainha Beatriz, em Aruba, acabou por deitar certeza desse conluio do politiburo bolivariano com o narcotráfico.
Incluído na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA, em 2008, por sua suposta parceria com o narcotráfico das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Carvajal foi posto sob custódia da polícia da ilha ao desembarcar de um avião privado. A prisão foi feita a pedido das autoridades estadunidenses e pela INTERPOL, que deverá enviá-lo devidamente algemado para os EUA o mais depressa possível.
De acordo com as fontes consultadas, Carvajal é um ‘pássaro’ que todos querem ouvir “cantar”, pois era uma das engrenagens mais importantes da participação do exército venezuelano no narcotráfico e, por extensão, do mais alto escalão do círculo próximo a Hugo Chávez e Maduro e toda a cúpula governista bolivariana. “Trata-se de um Pablo Escobar vivo e pode-se dizer que é a joia da coroa da associação espúria de governos com o narcotráfico sulamericano”, disse uma dessas fontes em caráter de anonimato. “Trata-se do homem que controla os movimentos (do narcotráfico) em todas as fases de sua operação, desde a produção até a entrega da droga e a lavagem do dinheiro obtido com sua venda ilegal, ou seja, que tem o controle de todo o processo”, acrescentou a fonte.
Todavia, o traslado de Carvajal para os EUA poderá demorar, em função dos esforços legais levados adiante pelo regime do Nicolás Maduro, que para impedir isso. Acredita-se, por outro lado, que Maduro está  também envolvido nessa atividade criminosa até o pescoço e, por isso, já enviou uma equipe especial a Aruba com a finalidade de conseguir a libertação do general traficante”.
De Caracas, o regime bolivariano manifestou sua recusa à detenção do general-traficante, conhecido na Venezuela pelo apelido de “o Galo Carvajal”.
O Ministério das Relações Exteriores do Palácio Miraflores expediu um comunicado pelo qual afirmava que “a Venezuela repele energicamente a prisão ilegal e arbitrária do funcionário diplomático venezuelano, ocorrida na ilha de Aruba, portador de passaporte que o assevera como tal em nome de Hugo Armando Carvajal Barrios, por parte das autoridades holandesas”. E segue dizendo que a “Venezuela faz uma reivindicação firme junto ao Reino dos Países Baixos (a que pertence a ilha de Aruba)  para que seja retificado este fato injusto e improcedente, no sentido das autoridades dessa ilha vizinha procedam a imediata soltura desse funcionário diplomata do governo venezuelano”.
Essa detenção aconteceu poucos dias após o ex-juiz venezuelano aposentado Benny Palmeri-Bacchi ter sido preso no Aeroporto Internacional de Miami, quando se dispunha a levar sua família para gozar férias de suas semanas no resort de Disney World, no “império”. Palmeri-Bacchi e o ex-diretor da INTERPOL na Venezuela, Rodolfo McTurk, são  acusados de ajudar a transportar através do país milhares de quilos de cocaína destinados aos Estados Unidos.
Palmeri-Bacchi comparece una quinta feira perante um juiz federal de Miami e se declarou inocente. As autoridades acreditam que McTurk permanece na Venezuela.
Por sua vez, os promotores de Miami disseram que os casos contra Palmeri-Bacchi, Mc Turck e Carvajal são os primeiros que vinculam funcionários do primeiro escalão do chavezismo ao narcotráfico sulamericano.
Carvajal, que foi chefe do Estado Maior da Inteligência Militar entre 2004 e 2009, tinha sido nomeado cônsul da Venezuela em Aruba em janeiro último, mas as fontes disseram que o general de pijamas chegou à Aruba com um passaporte falso. Quando percebeu que estava sendo preso, Carvajal tratou de safar-se do problema entregando o passaporte diplomático verdadeiro que tinha em seu poder e negando que o primeiro que havia apresentado era seu, mesmo contendo sua foto e sua assinatura. De qualquer maneira, o general foi levado sob a custódia das autoridades policiais da ilha e lhe confiscaram ambos os passaportes.
Carvajal era um homem do círculo íntimo de Hugo Chávez e agora enfrenta vários processos judiciais que correm paralelamente e por diversas jurisdições legais estadunidenses, incluindo esse agora do Tribunal Federal de Miami.
Segundo esse caso de Miami, Carvajal e “outros militares e funcionários venezuelanos de alto escalão”, davam cobertura às operações do narcotraficante colombiano Wilber Arilio Varela Fajardo, também conhecido como “Sabão”, antes de este aparecer morto na cidade venezuelana de Mérida, em 2008.
A acusação levantada contra Carvajal assinala que este e outros funcionários do regime bolivariano davam assistência a Varela ao permitir que sua organização criminosa exportasse tranquilamente grandes quantidades de cocaína da Venezuela, protegendo o bando de ser capturado e enviando informação sobre as atividades das forças armadas e das organizações policiais, sempre que necessário.
A acusação diz ainda que “após a morte de Varela, integrantes de seu grupo continuaram pagando a Hugo Carvajal Barrios, aliás “Galo”, e a outros militares e funcionários dos corpos de segurança venezuelanos de alto escalão para que continuassem dando a necessária assistência a  eles em suas atividades de narcotráfico”. O documento do Tribunal de Miami, também imputa a Carvajal a venda de “centenas de quilos de cocaína pura aos integrantes da organização de Varela e que este pode ter sido morto como uma queima de arquivo”.
O general da reserva foi indiciado publicamente em 2010 pelo suposta associação com o narcotraficante venezuelano Walid Makled, que numa entrevista concedida à cadeia de TV ‘Univisión’ declarou que Carvajal formava parte de sua folha de pagamentos. Nessa entrevista, Makled garantiu que a participação das autoridades venezuelanas nas remessas de drogas é total. “É de 100 por cento, mano... Claro, porque é território venezuelano […] em San Fernando de Apure e de lá sai, diariamente, cinco ou seis aviões carregados com cocaína para Honduras, de Honduras para o México, e finalmente do México para os EUA”.

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